Lançamentos
Radar: Jehnny Beth, Chappell Roan, The Last Dinner Party, Wednesday, Pulp – e mais
Tem muita música acumulada aqui no Radar – aliás, coisas que deveriam ter aparecido até no Urgente!, caso tivesse dado tempo da gente falar desses sons pelo menos próximo do dia em que foram lançados. Como não deu, vem tudo aqui pro nosso observatório do que anda saindo de melhor na música, numa lista que vai do indie às mais populares, das porradas na cara (Jehnny Beth) às viagens sonoras (Tame Impala). Vem ouvir!
Texto: Ricardo Schott – Foto (Jehnny Beth): Johnny Hostile/Divulgação
- Apoie a gente e mantenha nosso trabalho (site, podcast e futuros projetos) funcionando diariamente.
- E assine a newsletter do Pop Fantasma para receber todos os nossos posts por e-mail e não perder nada.
- Mais Radar aqui.
JEHNNY BETH, “NO GOOD FOR PEOPLE”. You heartbreaker, you, segundo disco solo de Jehnny, sai dia 29 de agosto. O novo single a anunciá-lo, No good for people, é tiro, porrada e bomba, com guitarras pesadas, batidas eletrônicas e um peso que surge de repente, direto das sombras. O clipe foi feito por ela e Johnny Hostile, tudo quase simultaneamente à composição da faixa.
“Uma coisa sempre influenciava a outra”, conta ela, que se inspirou na série True detective e nas matutações do sinistro detetive Rustin Spencer “Rust” Cohle (Matthew McConaughey), sobre ser um cara cuja sinceridade faz mais mal às pessoas do que bem. “A música me tocou porque questiona a incapacidade de coexistir com os outros e o delicado equilíbrio em que a verdade pode ser de partir o coração”, diz Beth.
CHAPPELL ROAN, “THE SUBWAY”. A música nova de Chappell Roan já era mais ou menos conhecida dos fãs: a cantora havia apresentado The subway na edição passada do Governors Ball Music Festival, em Nova York. Só agora ela sai oficialmente, afirmando que se trata de uma canção que “abrange tudo o que eu amo na cidade de Nova York – com a esperança, a tristeza e a cura que ela tem a oferecer a todos nós”.
Composta por ela e Daniel Nigro e produzida por Daniel, ela vem na sequência do single The giver, de março, e já ganha clipe – com cenas de rua de Nova York, imagens solitárias no metrô, vento, frio, rios de lágrimas e mares de cabelo (!). O som é radioheadiano e pop, simultaneamente – com tristeza e pegada.
THE LAST DINNER PARTY, “THIS IS THE KILLER SPEAKING”. Essa já nem é mais novidade faz tempo, mas tem que entrar no Radar de qualquer jeito: depois de arrasar com o primeiro disco (resenhado pela gente aqui) e de fazer um show no C6 Fest, aqui no Brasil, The LDP anuncia álbum novo, From the Pyre, para o dia 24 de outubro.
“Este disco é uma coleção de histórias, e o conceito de álbum como mito as une. ‘The Pyre’ em si é um lugar alegórico de onde essas histórias se originam, um lugar de violência e destruição, mas também de regeneração, paixão e luz”, avisam elas. Um primeiro vislumbre já surgiu com o single-clipe This is the killer speaking, que mostra um ser metade mulher, metade cavalo sendo procurado pela polícia – enquanto a banda dedica-se a uma canção metade ABBA, metade Velvet Underground (!).
WEDNESDAY, “PICK UP THAT KNIFE”. “A música gira em torno da sensação de impotência, quando todo pequeno incômodo dói em dobro porque você está perto de desistir”, conta Karly Hartzman, vocalista do Wednesday, sobre Pick up that knife, música nova do grupo – que ganhou um clipe bem enigmático. O vídeo foi feito em baixa resolução por Sara Melosh e tem em seus momentos mais amenos o dia a dia de um casal na floresta. Já nos mais agitados e estranhos… aí só vendo. Pick up é um dos singles que adiantam o próximo álbum do grupo, Bleeds, que sai dia 19 de setembro.
PULP, “TINA”. More, novo disco da banda britânica Pulp, já saiu e já foi devidamente resenhado por nós aqui. E Tina, uma das músicas mais mágicas do álbum, ganhou até clipe, cheio de mumunhas de animação analógica – chega a lembrar a abertura de um filme antigo, ou de uma novela antiga. A letra da canção é cheia de detalhes que você tem que ler, além de ouvir, para perceber – fala de amor, devoção, obsessão. A melodia é um easy listening de efeito quase espacial.
CATE LE BON, “IS IT WORTH IT? (HAPPY BIRTHDAY)”. No dia 26 de setembro sai o novo disco da produtora, cantora e compositora Cate Le Bon, Michelangelo dying. E Is it worth it? (Happy birthday), segundo single do disco, ganhou clipe dirigido por H. Hawkline, que também havia dirigido o vídeo de Heaven is no feeling, single anterior. E a julgar pelo material já lançado, Cate vem disposta a explorar emoções fortíssimas: o álbum surgiu depois do fim de um relacionamento, embora ela tenha dito ao The Guardian, que as músicas não foram inspiradas diretamente nisso.
“É sobre perceber que você se abandonou completamente nas garras desse amor abrangente. O término sempre foi como uma amputação que você realmente não quer, mas sabe que vai te salvar”, contou.
TAME IMPALA, “END OF SUMMER”. A gente quaaase esquecia de pelo menos notar que Kevin Parker, o criador do Tame Impala, andou voltando com seu grupo – e, para marcar a volta, ele soltou há poucos dias um single de sete minutos, End of summer. No clipe da faixa, Kevin aparece dando conta de tocar a faixa sozinho, num galpão de ensaios. Já End of summer, a música, é um trance hipnótico e quilométrico, que transforma em casamento todos os namoros que o músico tinha com os sons eletrônicos nos discos mais recentes do projeto. “Uma nova era começa”, declarou Kevin. “Esta é a primeira coisa que eu quero que vocês ouçam. Eu te dou o fim do verão”. O novo single sai pela nova gravadora da banda, a grandalhona Columbia.