Crítica
Ouvimos: Sasami, “Blood on the silver screen”
Ex-tecladista da banda norte-americana de noise pop Cherry Glazerr, Sasami Ashworth é uma artista bem variada. Os cavalos de pau artísticos que sua carreira já deu em três discos são dignos de nota: ela fez barulho indie na estreia Sasami (2019), cresceu o olho pro heavy metal e para a “música de macho branco” (como ela própria disse) no álbum Squeeze (2022) e agora vai para um lado mais pop e trevoso em Blood on the silver screen, seu disco mais ambicioso até o momento.
Blood já ganha pontos por ser um disco bem mais bacana que o anterior, e por levar clima barulhento para as ambições do pop. Tanto que em vários momentos, Sasami parece realmente interessada em tentar ganhar de Lady Gaga no jogo dela, fazendo dance music pesada em Slugger, I’ll be gone, Figure it out e no metal-popzaço For the weekend. Se isso vale a pena ou não, só o tempo vai dizer, mas Sasami ainda é uma artista alternativa, embora pertença ao elenco de um selo de peso – a Domino, que ganhou uma boa grana com artistas como Franz Ferdinand.
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Blood investe em lados bem populares do pop atual, como o soft rock-r&b de Just be friends (tem alguma coisa de Chappell Roan nessa faixa, vale dizer) e o metal gospel de Honeycrash. Love makes you do crazy things abre com uma guitarrinha que lembra Prince, mas é só a primeira impressão – é uma dance music com guitarras à frente. Possessed abre com uma batidinha programada marota, depois soa como um tema de videogame antigo, e se estabiliza como um drum’n bass discreto.
Entre os destaques, vale citar a dance music sinuosa de Lose it all, o nu-metal leve e com vocal de sereia de Nothing but a sad face on, e a sacação de trazer Clairo para dividir vocais em In love with a memory, uma dance music levinha, com violões coadjuvando a melodia, e que no geral, soa até mais próxima do estilo da convidada.
Nota: 8
Gravadora: Domino Recording Co Ltd.
Lançamento: 7 de março de 2025