Crítica

Ouvimos: Porridge Radio, “The machine starts to sing” (EP)

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Sem muitas explicações, o Porridge Radio chegou ao fim logo após lançar seu melhor álbum – cujo título já sugeria uma despedida, Clouds in the sky they will always be there for me (2024, resenhamos aqui). A intensidade quase gutural dos vocais de Dana Margolin e a sensibilidade extrema do som da banda talvez tenham cobrado um preço maior do que se imaginava. Como último recado, o grupo lança o EP The machine starts to sing, com quatro faixas das sessões do disco final – ainda que a banda britânica rejeite a ideia de “sobras de estúdio”.

A faixa quase-título, Machine starts to sing, com mais de seis minutos, traz uma das especialidades do Porridge Radio: começa soturna e contida, mas cresce em peso, ambiência e intensidade, à medida que a letra soma lembranças dolorosas, sombrias e infantis. Ok, na sequência, é um folk onde o vocal de Dana é um lamento, um gemido, quase choro, com um peso esmagador na garganta. Já Don’t want to dance é um folk triste com aura de rock dos anos 60, tocado no violão e crescendo até um final de intensidade maníaca.

O encerramento vem com os silêncios e esporros de I’ve got a feeling (Stay lucky), onde a letra busca sentido no caos e em mensagens dispersas – outra especialidade da banda. “E eu tenho um sentimento, um sentimento dentro de mim / desenterrando ervas daninhas até que algo comece a acontecer”. De fato, um adeus que não pede explicação, só sentimento.

UPDATE: Dana Margolin decidiu falar um pouco sobre o fim da banda num papo com o podcast da revista Loud & Quiet.

Nota: 8,5
Gravadora: Secretly Canadian
Lançamento: 21 de fevereiro de 2025.

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