Crítica

Ouvimos: Joyce, “Voyce”

Published

on

  • Voyce é o primeiro álbum do Joyce, projeto do músico britânico Jimmy Watkins, auto-definido como “um atleta da Grã-Bretanha que deixou tudo de lado por causa do rock & roll”. Jimmy é ex-integrante da banda Future Of The Left e “fundador da comunidade mundial de corrida Running Punks”.
  • Jimmy canta, toca guitarra, baixo e teclados e é acompanhado por amigos como o ex-The Cure Phil Thornalley (guitarra), Allan Oakes (bateria) e Thomas Egerton (bateria, baixo, percussão).

Nada a ver com a cantora e violonista: Joyce é um projeto-de-uma-pessoa-só, liderado por um músico chamado Jimmy Watkins, a quem basicamente interessa trabalhar numa linha divisória entre punk e música eletrônica. Boa parte de Voyce é marcada pelo peso eletrônico, por batidas motorik e por vozes ritmadas e quase faladas, lembrando o assombro oitentista de bandas como o R.E.M. e a nacional DeFalla com o hip hop. Daria para dizer que Joyce é uma banda grebo (lembra dessa denominação?) tamanho o prazer que Jimmy tem por vocais gritados e sonoridades sujas.

Voyce tem ruído ritmado na faixa-título, um estranho clima meio punk meio sixties em My luna (que é extremamente influenciada por Iggy Pop na fase New values, diga-se), um pós-punk profundamente oitentista em Mr Blue Sky, e uma bizarra confluência entre Pixies, The Cure e Ministry na ruidosa Deja vu.Gateway é construída sobre efeitos de guitarra, Poc pon é quase um soul-metal de horror. Chegando perto do fim, o clima quase industrial de Foreword by Michael Sheen e Hum hotline, que parecem se desintegrar em meio a tanto ruído.

Vale citar que os vocais de Jimmy volta e meia lembram um elo perdido entre Jon Spencer e Alien Sex Fiend, alternando gritos e climas aterrorizantes. E ajudando a criar barulho de ótima qualidade.

Nota: 8,5
Gravadora: Human Worth

  • Apoie a gente e mantenha nosso trabalho (site, podcast e futuros projetos) funcionando diariamente.

Trending

Sair da versão mobile