Crítica
Ouvimos: Cathedrale, “Poison”
Essa banda francesa é a prova de que grupos como The Cure, Wire e Killing Joke estão entre os mais influentes do mundo. Lançando mão de evocações sonoras desses grupos, o Cathedrale faz um pós-punk ousado, experimental (em certa medida) e pesado (idem), com uso de baixo distorcido, riffs graves de guitarra e vocais ríspidos e quase robóticos – às vezes lembrando David Byrne (Talking Heads), em outros momentos na cola de Mark E. Smith (The Fall).
O grupo também se equilibra entre distorções e microfonias em faixas como o pós-punk ruidoso Monuments & bricks, a mecânica South life e The setting sun, cheia de ecos de Joy Division e The Sound. Where the fire is é pós-punk sombrio com baixo lembrando Pixies, Radium é som selvagem com herança do Killing Joke e um desespero nada leve toma conta de músicas como The two words, além da dramaticidade meio 60’s de Healing.
Poison é também o disco de sons mais ligados ao punk como Cravings e Enchantess, do aviso de fim do mundo de Polonium, da luz e sombra de Wave goodbye (que parece unir B-52s e Wire na mesma medida) e de uma aproximação leve com a psicodelia em New light, que encerra o álbum. As letras, cantada em inglês com forte sotaque francês, seguem o mesmo rumo, misturando temas políticos e urbanos a assuntos como vícios severos e morte.
Nota: 8
Gravadora: Howlin Banana
Lançamento: 14 de fevereiro de 2025.
- Apoie a gente e mantenha nosso trabalho (site, podcast e futuros projetos) funcionando diariamente.