Crítica
Ouvimos: Ming City Rockers – “Clementine”
RESENHA: Ming City Rockers mistura punk, 60s e pop zoeiro em Clementine, com ecos de Ramones, Blondie e ska-punk.
- Apoie a gente e mantenha nosso trabalho (site, podcast e futuros projetos) funcionando diariamente.
- E assine a newsletter do Pop Fantasma para receber todos os nossos posts por e-mail e não perder nada.
Eu poderia NÃO copiar isso aqui, mas o fato é que o site Louder Than War deu uma excelente definição para o som do Ming City Rockers em seu quarto álbum, Clementine: “uma atmosfera Shangri-Las ao estilo do New York Dolls”. O site afirma que se trata de uma visão meio forçada – e de fato, é, mas dá uma boa ideia de onde vêm os universos com os quais a banda mexe em seu som. Um “antigo” pop e um “novo” com peso e intensidade. Um pop festeiro e zoeiro, e um peso com memória e informação.
O som de Clementine tem mais origens. I’d like top assist you but my head’s too small tem gravação de anos 1990, clima de desenho animado na letra (quase falada) e um “na na na na na” que remete tanto a Ramones quanto ao hit Nobody but me, do Human Beinz. Algo na estrutura das músicas lembra tanto a marotice do Blondie quanto a zoeira punk do X. O vocal de Oh my god parece anunciar uma dança bem maluca (e ganham estileira de cheerleader depois), Plastic recycling facility é ska-punk com um “la la la” irresistível, a rapidinha Pounds and ounces chega a lembrar um country.
O clima meio punk meio anos 1960 do Ming City Rockers – e o equilíbrio entre os dois – chama bastante a atenção em Clementine. Rola até um som “espacial” na ágil Bad luck machine, e uma balada anos 1950/1960 em 3 of 4, além de um clima ligeiramente mod em outra faixa de título quilométrico, I wanna find a way so I don’t feel like me ever again.
Texto: Ricardo Schott
Nota: 8,5
Gravadora: Independente
Lançamento: 7 de março de 2025.