Crítica
Ouvimos: Juliano Costa – “Chamar alguém de amor”
RESENHA: Juliano Costa mistura Stereolab, Roberto Carlos e britpop em Chamar alguém de amor, disco lo-fi e romântico com ecos de brega e psicodelia.
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Você já se imaginou ouvindo uma mistura de Stereolab, Roberto Carlos, bubblegum 60’s – tudo cantado com voz empostada e grave como a de vários vocalistas do britpop, e um certo tino punk herdado de artistas como Júpiter Maçã? Se não imaginava, o escritor e músico paulistano Juliano Costa faz exatamente isso em seu terceiro disco, Chamar alguém de amor.
A estética de Juliano no disco novo, volta e meia lembra bastante a de artistas como Odair José, só que tudo misturado com um certo senso de estranheza, que às vezes leva para o lado da psicodelia (Tcharam), às vezes para um clima pós-jovemguardista (Eu amo essa mulher e Chamar alguém de amor). Me leva é uma espécie de brega vaporwave, lembrando bastante Roberto Carlos na maneira de cantar. Fica sob a pele é um brega maldito que poderia ter sido composto ou produzido por Raul Seixas em início de carreira. Em algumas faixas, Juliano convidou amigos como Helena Aranha, Millena Rosado e Gabriel Serapicos para dividir os vocais.
Seguindo na audição, Sol e lua soa como José Augusto cantando britpop. Brigar é fácil é indie grudento. Bagunça dá uma cara mais power pop para o álbum. Já Tudo outra vez é uma balada beatle que, antes de começar a narrar qualquer desventura amorosa, começa com um “puta que pariu, aconteceu de novo, não é possível”. Juliano também soa como um Roberto Carlos maníaco e como um Beach Boys descontrolado em A força. Pura diversão romântica lo-fi.
Texto: Ricardo Schott
Nota: 8,5
Gravadora: Independente/Tratore
Lançamento: 2 de julho de 2025