Crítica

Ouvimos: Jeremy Serwer – “The nines”

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RESENHA: Jeremy Serwer revisita os anos 1990 em The nines, misturando grunge, dark vibes, ocultismo e ecos dos 80s em faixas sombrias e inventivas.

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Músico de San Francisco (CA), Jeremy Serwer faz em The nines um som quase puramente ligado aos anos 1990 e a bandas como Soundgarden, Smashing Pumpkins e até Silverchair, só que com algumas diferenças. No álbum The nines ele une características desses grupos a um clima sombrio e a um rodízio de temas ocultistas. Mais: climas oitentistas surgem aqui e ali nas faixas – guitarras herdadas de The Smiths (Targets on our backs é bem isso), vibes que lembram bandas como Lloyd Cole & The Commotions e Psychedelic Furs (Invoking Lilith, Riots in stereo), etc.

A faixa de abertura, Times new roman, insere o som no grunge, mas Say no more traz um clima espacial para o disco, enquanto You’re a drum imprime energia de anos 1960 e 1980 simultaneamente. Músicas como Watch your myself e All for numb ficam entre a grungeira punk e o lado glam de bandas como Stone Temple Pilots e Velvet Revolver. Quem é fã de Soundgarden e detesta ver sons extremamente decalcados do grupo, deve passar longe de faixas como Immolation e a ágil Horns and stars (boas, por sinal). Já Lenore é uma balada sombria e bem bonita, que ganha um clima sixties que Chris Cornell e Scott Weiland também tirariam de letra.

Nem tudo em The nines é 100% perfeito – o pastiche de metal-prog-clássico de Provoking Leviathan, por exemplo, não carecia. Mas a abordagem que Serwer faz dos anos 1990 está longe de ser uma escolha conservadora – ele associa tudo a um imaginário meio aterrador e “espacial”, como rola em Horror pixie, quase uma encruzilhada entre grunge e anos 1960. Um destaque é a ótima Cheeky crow, stoner metal com metais ligados ao easy listening. Animal or minreal, por sua vez, é grunge com algo da fase nova do Ride, enquanto Hello there, Ed Gein, é o lado guitar-rock e dissonante do disco.

Texto: Ricardo Schott

Nota: 8
Gravadora: Independente
Lançamento: 6 de junho de 2025.

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