Crítica
Ouvimos: Charlie Nieland – “The ocean understands” (EP)
RESENHA: Novo EP de Charlie Nieland mistura psicodelia, pós-punk e dream pop com climas ruidosos e oníricos.
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Uma curiosa mistura de psicodelia, pós-punk, stoner rock e de doideiras típicas do rock britânico surge no EP novo de Charlie Nieland. Produtor com um currículo que inclui trabalhos com Debbie Harry e Rufus Wainwright, além de traabalhos como trilheiro, ele tem só dois álbuns solo na discografia e retorna com The ocean understands, disco de quatro faixas cuja matéria-prima é o mergulho em ambientes que misturam ruidos e sonhos – como na imersiva Drown, que abre o disco.
Redshift, na sequência, tem um início próximo do grunge – ganhando um clima entre o progressivo e o dream pop logo depois. Já Shame une o ataque sonoro do Wire ao clima das canções de Lou Reed (o vocal de Charlie lembra bastante o de Lou nessa faixa), com uma letra que soa como uma conversa entre um reaça e um glam rocker, repleta de provocações. No final, o tom sonhador e ruidoso de Elegy, com vibe fúnebre e letra declamada (“alguém com um rosto / alguém com um coração / já se foi / o mundo gira / como aves de rapina sobre a carniça”).
Texto: Ricardo Schott
Nota: 8
Gravadora: Independente
Lançamento: 10 de junho de 2025