Crítica
Ouvimos: Caroline – “Caroline 2”
RESENHA: O segundo disco do octeto londrino Caroline mistura post-rock, folk, lo-fi, noise e clima de demo com ousadia e ironia.
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O Caroline é um octeto londrino, que anima qualquer jornalista doido por rótulos: post-rock, no wave, folk experimental, folktronica, etc. Caroline 2, o segundo álbum da turma, é tudo isso aí, misturado com gravações de campo, lo-fi, clima de demo tape e uma certa vontade de virar e revirar estilos como country e até noise rock. Total euphoria, a faixa de abertura, chega a parecer várias pessoas tocando cada uma no seu canto – uma das guitarras surge batida no canal esquerdo, e a outra brota com velocidade pouca coisa mais lenta no direito.
Em determinados momentos, a música do Caroline ganha cara de onda sonora, de transmissão sonora de gravações desencontradas – como nas rajadas de guitarra de Song two, que tem metais que parecem vir de longe, e no folk misterioso e repleto de silêncios de When I get home. Ou na ironia de Coldplay cover, que parece um ensaio gravado. Two riders down é um country experimental e Beautiful ending, no final, une melancolia e ruído em doses quase iguais.
Se há um lado mais pop no disco, ele surge em faixas como Tell me I never knew that, com participação de Caroline Polachek, violões e vocais bastante melódicos e final que lembra um r&b em lop. O folk de U R UR only aching engana, até que o clima ruidoso vai crescendo, com vozes e instrumentos se misturando, e cordas surgindo como se levassem a música para outro planeta.
Texto: Ricardo Schott
Nota: 7,5
Gravadora: Rough Trade
Lançamento: 30 de maio de 2025
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