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Zoando na TV: Debbie Harry e o Blondie assinam contrato com a Pioneer em 1982

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Disco do Blondie que completou 40 anos em 24 de maio, The hunter é tido como o fundo do poço da banda para muitos (foi o último álbum que o grupo lançou ate a volta nos anos 1990). Tem quem veja no disco um passo à frente que acabou não sendo dado, justamente porque a banda já tinha problemas demais. Debbie Harry (voz), Chris Stein (guitarra), Jimmy Destri (teclados), Frank Infante (guitarra), Nigel Harrison (baixo) e Clem Burke (bateria) já haviam iniciado um hiato em 1981, e Infante tinha resolvido processar a banda por se achar subaproveitado no disco Autoamerican, lançado naquele ano.

Fato é que ninguém esperava que The hunter acabasse sendo uma espécie de disco conceitual sobre “perseguir o próprio Monte Everest, ficando o suficiente na corrida para vencer, enquanto segue a pista da presa” (era o que a banda afirmava no comunicado de imprensa do LP). Ainda que Infante e a banda estivessem brigados, ele participa do álbum, mas não duraria muito tempo por lá. O disco foi marcado por singles como War child e Island of lost souls, e pela regravação do sucesso das Marvelettes The hunter gets captured by the game (super atual naqueles tempos de jogos eletrônicos). Não foi um disco que vendeu loucamente, os excessos começavam a deixar tudo mais difícil no Blondie e seis meses depois do lançamento de The hunter, a banda acabou.

Até lá, rolou uma tentativa interessante de fazer o disco emplacar. Em janeiro de 1982, Debbie Harry fez uma aparição bem rápida no tradicional evento Consumer Electronics Show, feira de eletrônicos em Las Vegas. Em meio a demonstrações da mais “nova novidade” do mundo da música, o CD, e do computador Commodore 64, a cantora foi ao estande da empresa de tecnologia de áudio Pioneer anunciar a turnê de 28 cidades do Blondie, patrocinada pela marca, e que custaria a bagatela de 300 mil dólares.

Na coletiva de imprensa, Debbie comemorou a parceria, mas fez uma piadinha que deve ter deixado a empresa meio chateada. “Nosso empresário disse que a Pioneer ia nos patrocinar. Eu disse que tudo bem, só não estou a fim de viajar numa carroça coberta”, piadou ela, fazendo referência ao meio de transporte mais comum nos tempos do faroeste e dos pioneiros (Pioneers, pioneiros, enfim). Para completar, no fim da reportagem de TV, ela explica como seria o filme Videodrome – A síndrome do vídeo, de David Cronenberg, que estrearia em 1983 e no qual ela acabou interpretando a estranha apresentadora de rádio Nicki Brand. “O filme se passa no presente e trata de uma doença nervosa que você passa a ter quando vê muita televisão”, encerra o assunto.

No fim das contas, a turnê de The hunter não deu muito certo, teve baixas vendas de ingressos e o grupo se separou em seguida. Ficou o disco, que encerrou a primeira fase da banda, e que você ouve aí embaixo.

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