Crítica
Ouvimos: We Are Scientists – “Qualifying miles”
RESENHA: Rock alternativo dos EUA com sotaque britpop: Qualifying miles, álbum do We Are Scientists, traz boas melodias, guitarras afiadas e lembranças do U2.
- Apoie a gente e mantenha nosso trabalho (site, podcast e futuros projetos) funcionando diariamente.
- E assine a newsletter do Pop Fantasma para receber todos os nossos posts por e-mail e não perder nada.
Pelo nome, parece grupo de rap ou de música eletrônica, mas o We Are Scientists é uma banda de rock californiana radicada em Nova York que faz rock alternativo desde 1999 – ou seja, o som deles é o da época em que de uma banda que faz “rock alternativo” poderia se esperar tudo, até adequação total às paradas e sons altamente comerciais.
Qualifying miles, nono disco de Keith Murray e Chris Cain – os dois principais integrantes – é um rock “de guitarras” acostumado à ambiência do pós-britpop e a um revival pós-punk feito por gente que não consegue pensar no estilo sem pensar no U2 – devidamente homenageado em faixas como A lesson I never learned e I already hate this, duas faixas classudas de “rock adulto” (vamos dizer assim).
No mais: A prelude to what abre o disco levando a banda para uma onda quase progressiva, Starry-eyed é o lado pós-grunge do álbum e faixas como Please don’t say it, What you want is gone, At the mall in my dreams e The big one são recomendadíssimas para quem curte bandas como Pulp e Suede, o que torna o novo disco do We Are Scientists interessante para fãs de britpop.
Não que Murray e Cain sejam inovadores contumazes ou gente interessada em reinventar a roda – pelo contrário. Mas Qualifying miles aponta bons caminhos para um estilo, o rock, que tem mais papa-defuntos do que salvadores da pátria: a onda está na melodia e na associação da guitarra com a produção de beleza nas canções. Um disco bom e simples.
Texto: Ricardo Schott
Nota: 8,5
Gravadora: Groenland Records
Lançamento: 18 de julho de 2025.