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Wayd: estreia em clima folk rock
O carioca Waldyr Lima Neto virou Wayd (seu nome artístico), compõe em inglês e tem influências de folk e rock dos anos 1970. Inside out, seu disco de estreia, traz músicas compostas ao longo de vários anos, com influências de nomes como Bob Dylan, Joni Mitchell e Beatles. O clima do disco é feliz em canções como Wings (sobre uma história de amor que acaba bem) e Future love (sobre o amor de pai para filho). Wayd convocou participações como as do músico uruguaio Miguel Bestard (com quem fez uma live na semana passada, e que toca violão em boa parte do disco) e de Fabiano Matos (bateria e cajón) e focou mais nos vocais e composições, tocando violão e piano ocasionalmente em algumas faixas.
Batemos um papo com Wayd sobre a estreia com Inside out e sobre a história dele na música.
Como você começou a se envolver com música e com composição? Você sempre foi ligado ao folk?
A música me interessa desde sempre, meu pai sempre ouviu música internacional e fui muito influenciado por isso no meu gosto musical. Comecei a escrever logo que aprendi meus primeiros acordes, nada sério, só tentava colocar ideias num papel, mas só fui pensar em compor canções mesmo um pouco mais tarde. A paixão pelo folk veio mais velho também, assim, sempre curti, ouvia muito Bob Dylan, James Taylor e Neil Young na minha adolescência, mas não tirava as músicas nem nada, depois de adulto comecei a reconhecer uma beleza indescritível nesses artistas e foi aí que achei que tinha tudo a ver comigo e resolvi adotar o estilo.
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Muita coisa do disco tem a cara do rock dos anos 70 e até uma ou outra coisa de rock sulista. O que você mais ouve nessas áreas?
Escuto muito Bread, uma banda que gosto muito dessa época. Gosto muito de Rolling Stones desses anos também e Joni Mitchell, mas escuto também Led Zeppelin e outras coisas mais roqueiras.
Compor em inglês sempre foi sua primeira opção?
Pra mim sempre foi mais fácil escrever em inglês. Eu sempre digo que por ser uma língua mais sintética, algumas coisas se tornam mais fáceis de falar e descrever por haver menos jeitos de dizer a mesma coisa, diferente do português que tem muitos jeitos de se passar uma intenção. Mas por mais que tenha sido sim a minha primeira opção, venho estudado e tenho escrito minhas primeiras canções em português.
O material do disco veio de momentos diferentes de sua carreira. A pandemia fez com que algumas letras fossem repensadas? No que o isolamento e toda a mudança que veio da pandemia influenciaram na escolha das músicas?
Todo o processo de construção do disco se deu antes da pandemia, a pré-produção. Então no momento que ela chegou, já estava com tudo bem encaminhado relacionado a escolha das canções e suas estruturas, então nesse fator não mudou. Mas na realização mudou bastante, demoramos pra realizar as gravações por conta de fatos da vida e das restrições que tivemos.
Surgir como cantor solo foi uma opção recente pra você. Como está sendo driblar a timidez e partir para um projeto próprio? Já está pensando em shows?
Tem sido difícil em alguns aspectos mas também muito satisfatório, dá medo subir ao palco sozinho, mas é bastante empoderador também ter uma boa resposta de um esforço tão particular e íntimo que é tocar sozinho. Em relação aos shows, acabei de fazer uma pequena turnê no Uruguai abrindo os shows do meu amigo Miguel Bestard que está também mostrando seu trabalho no momento, além disso, estou preparando mais covers e versões para completar meu show inteiro para poder me apresentar mais vezes aqui no Brasil.
Você mesmo vai fazer os clipes do disco? Como vai a produção dos vídeos?
Sim, estou produzindo aos poucos, imagino que eu inicie a jornada visual do meu disco somente ano que vem, pois quero que as coisas estejam melhor encaminhadas. Tenho três vídeos prontos praticamente e estou começando a trabalhar num quarto. A jornada que eu proponho é uma viagem que parte da animação e depois se mistura com e depois se torna realidade.
Me fala um pouco do Miguel Bestard, que fez live com você, de como foi o trabalho dele no seu disco e de como foi voltar aos palcos trabalhando com ele.
Miguel é um grande amigo e mentor pra mim. Admiro muito o trabalho dele e foi uma honra fazer parte desse momento da turnê e da live também. Nós fizemos juntos a pré-produção do disco, somente sentados no sofá com dois violões e quando fomos gravar decidimos quem gravaria o que. Ele ficou encarregado da maior parte das cordas do disco, mas eu fiz algumas, também ele fez alguns backing vocals em certas músicas que somaram muito para a mensagem ser passada. Com a grande ajuda do produtor do disco Rodrigo Gama, conseguimos atingir um nível de interpretação das canções que me satisfez muito, fiquei feliz com o resultado.