Crítica

Ouvimos: Verbian – “Casarder”

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RESENHA: Verbian mistura doom metal, prog, jazz rock e vanguarda em Casarder, disco sombrio e surreal com letras em português e climas à la King Crimson.

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Contratada de um selo de som pesado e experimental da Califórnia, Lost Future Records, a banda portuguesa Verbian faz uma mescla de doom metal, som progressivo, jazz rock e sons de vanguarda, com faixas longas, vocais guturais (cantados em português mesmo, mas dá para entender muito pouco) e climas quase sempre sombrios. O grupo é formado por Vasco Reis (guitarra, teclados, voz), Alexandre Silva (baixo, teclados, voz) e Guilherme Gonçalves (bateria, percussão).

Casarder, o terceiro álbum do Verbian, abre com o rock espacial de Marcha do vulto, quase sete minutos de som entre o doom e os climas do King Crimson do começo – inclusive por causa dos metais do final. Fruta caída do mar é metal prog sem os vícios do metal prog, soando percussivo e tecnológico, e às vezes mais próximo do post rock. A quebradeira rítmica de faixas como Depois de toda a mudança e Nada muda (por acaso, a segunda é continuação da primeira) aproxima o Verbian da maluquice de bandas como Primus.

Disco surrealista, com capa no mesmo estilo – pintada pela artista Madalena Pinto -, Casarder segue para um clima verdadeiramente metálico, lembrando bandas como Black Sabbath e Kyuss, em Pausa entre dias e na última faixa, Não vá o diabo tecê-las. Já Vozes da ilha é um progressivo que ganha cara pós-punk, chegando a lembrar uma versão guitarrística dos balanços do Depeche Mode – até que as guitarras tomam conta.

Texto: Ricardo Schott

Nota: 8
Gravadora: Lost Future Records
Lançamento: 21 de março de 2025.

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