Crítica
Ouvimos: Vandal – “Vidah” (EP)
RESENHA: Rap e trap baiano em tensão – Vandal expõe contrastes, caos e resistência no EP Vidah.
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Dividido entre o rap e o trap da Bahia, Vandal tenta resumir um dia a dia de contrastes, abraços no caos, fugas e desigualdades nas três faixas do EP Vidah. Funcionando como um single expandido e conceitual, o disco não aponta caminhos mas exibe o dia a dia frenético da favela, a vibe da ostentação, o ódio preso na garganta, os caminhos mais errados e estranhos que alguém pode tomar. Tipo em Vaih, trap + rap + funk no qual Vandal recorda histórias pessoas e diz: “durmo pronto pra guerra”.
Entre o rap, o samba e o reggae, a faixa-título vai ganhando um clima mais arábico, com violino e percussão, pregando que sempre há um preferido para ganhar o jogo, e ele não é preto nem favelado. “Meu deus, eu sei, nessa vida eu já errei / mas um preto é sempre um alvo apontado por vocês”, canta, antes de surgir um sample de Atrás da porta, cantada por Elis Regina. Vigarioh põe vibe frenética no som e no flow do vocal, falando de gente que “tenta mudar o mundo mas abraça a traição”.
Texto: Ricardo Schott
Nota: 8
Gravadora: Independente
Lançamento: 22 de agosto de 2025.