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Urgente!: Suede em carne viva, dono do OnlyFans quer creators, show para os mortos – e mais
O novo disco do Suede ainda não veio. Mas ele respira, pulsa, dá sinais — como um corpo em movimento por trás de uma cortina. Um prenúncio disso é Antidepressants, faixa inédita que o grupo vem testando ao vivo e que agora, finalmente, ganhou um registro oficial no YouTube. Não um clipe, não um single, não um streaming — apenas um vídeo ao vivo, gravado em julho de 2023 no Alexandra Palace, em Londres. Só isso. E basta.
Antidepressants parece saída de uma escavação arqueológica no punk britânico: soa como um lado Z do Joy Division. Mas o Joy Division de 1978, aquele de singles como Komakino e Leaders of men. E vem mais por aí. Brett Anderson já tinha deixado escapar, numa entrevista em 2024, que o sucessor de Autofiction — o “disco punk” do Suede, de 2022 — já estava sendo gravado e viria ainda mais no grau.
“Vai ser barulhento. Vai ser estranho. Vai ser mais desesperado e neurótico do que Autofiction”, disse ele. “É mais desequilibrado e, de certa forma, mais direto e honesto. Muitos dos temas são bastante expostos e crus, e meio que brincam de várias maneiras. Não há poesia nele. É como se eu dissesse o que sinto sobre as coisas”. Se for verdade — e Antidepressants sugere que sim —, vem aí um Suede em estado de urgência.
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Você já deve saber mas não custa relembrar que está em andamento o terceiro álbum de Mateus Fazeno Rock, cantor e compositor cearense cujo som vai bem além do rock e abarca MPB, rap, trap, música eletrônica e tudo o mais que ele quiser inserir em seu som. Tanto que ele já avisou que o disco que vem por aí tem “mais batucada que o anterior”, com muita bateria e percussão.
O disco sai pela Deck em agosto, teve pré-produção feita por Mateus em casa, no computador, e tem a pré-produção dividida com Fernando Catatau (Cidadão Instigado) e Rafael Ramos. Fernando também é cearense e seu som instigou Mateus quando ouviu Uhuu!, álbum de 2009 do Cidadão. “Foi uma conexão inesperada. Desde então, a gente vem conversando e foi ótimo tê-lo nesse álbum pensando nos detalhes das texturas, e tocando”, disse (Foto Iza Petersen/Divulgação).
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Depois de fundar o OnlyFans, Tim Stokely agora lança o Subs.com — uma plataforma de assinaturas que quer ir além do conteúdo adulto e abraçar todo tipo de criador: músicos, podcasters, atletas, influenciadores. A plataforma é voltada para dispositivos móveis e tem hospedagem de vídeos, assinaturas pagas e interação individual.
O Subs reúne vídeos longos, podcasts, séries, chamadas individuais e interação direta com fãs, tudo em um só lugar. Também promete moderação com IA e verificação rigorosa de idade e identidade. Stokely diz que ouviu os criadores e construiu “o que eles estavam pedindo” e assevera que a plataforma é para todo tipo de conteúdo, não apenas um. “Há uma demanda clara por uma plataforma de assinatura que ofereça aos criadores tudo o que eles precisam em um só lugar”, conta.
Uma declaração de Tim dá a entender que o universo do crowdfunding é importante para a nova plataforma, aliás. “Se Kylie Jenner convertesse apenas 0,5% de seus seguidores no Instagram para Inscrever-se, com uma assinatura de US$ 10 por mês, ela geraria cerca de US$ 20 milhões por mês em renda somente com assinaturas”, diz. Ou seja: prepare-se para passar o chapéu entre os apoiadores de qualquer jeito (e torça para ninguém estar duro…).
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Quando esteve no Conversa com Bial em 2021, Yusuf Islam — o artista antes conhecido como Cat Stevens — foi direto: “Ninguém me chama de Cat. Se chamar, expulso de casa”, disse, rindo. Mas a reconciliação com o passado parece firmada: em outubro, sai nos EUA sua autobiografia, Cat on the road to findout, pela Little Brown.
O release promete memórias “honestas, poéticas e ilustradas pelo próprio Yusuf”, passando por altos, baixos, sumiços e voltas. Será que a passagem do músico pelo Brasil em 1976, quando chegou a morar no Rio e a compor com Gilberto Gil, vai estar detalhada lá?
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Josh Homme realizou um sonho meio mórbido: tocar com os Queens of the Stone Age nas Catacumbas de Paris, entre crânios e ossos de milhões de pessoas enterradas no século XVIII. O resultado virou filme — Alive in the catacombs, que estreia dia 5 de junho.
Gravado em julho de 2024, o show é diferente de tudo: clima gótico, reverberações, silêncio pesado, cordas, correntes como percussão (!) e até uma bateria de carro servindo de fonte de energia pra um piano elétrico. Nada de overdub, tudo cru- e a vibe é total respeito ao som do lugar. “Estamos tão despidos porque aquele lugar é despido. Isso faz com que a música seja despida, as palavras também… Seria ridículo tentar fazer rock ali. Todas as decisões foram tomadas por aquele espaço. Ele dita tudo. Você faz o que ele manda”, disse Homme.
O setlist passa por toda a discografia dos QOTSA, com versões retrabalhadas pra combinar com o cenário. A direção é do Thomas Rames, com produção da La Blogothèque. O filme sai via Matador Records, com pré-venda já rolando em qotsa.com – ele vai estar disponível para compra ou aluguel no site da banda. Quem comprar até 7 de junho ganha extras: bastidores, streaming completo e download. A versão só em áudio também chega em breve.
Josh resumiu bem: “A maior plateia pra quem já tocamos”. Literalmente milhões — só que todos mortos.