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Urgente!: fãs do The Jam homenageiam Rick Buckler e viralizam último show da banda

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Com a morte recente do baterista Rick Buckler, da lendária banda setentista The Jam, fãs do grupo – e do músico – passaram a compartilhar um vídeo raro e melancólico: a gravação de 33 minutos do último show da banda, realizado no Centro de Conferências de Brighton, em 11 de dezembro de 1982.

O show completo foi bem maior, com 16 músicas e dois bis. O primeiro deles, aliás, foi fechado por In the city, o primeiro sucesso do grupo, e por Town called malice, um dos últimos. A apresentação começou com o hit Start!, mas a gravação disponível inicia apenas a partir da faixa In the crowd, do álbum All mod cons (1978). O vídeo, como era de se esperar, é amador – mas já ouvi bootlegs bem piores.

Dava para imaginar o ranço nos bastidores daquela apresentação: Paul Weller, líder e principal compositor do The Jam, tinha decidido encerrar a banda no auge do sucesso comercial – justo após o estouro do LP The gift (1982) e do hit nº1 Town called malice. O anúncio surpreendeu os colegas, especialmente o baixista Bruce Foxton, que anos depois descreveu a decisão como “devastadora”. A separação foi comunicada no dia 30 de outubro de 1982, após uma série de shows pelo Reino Unido. Weller acreditava que a banda havia chegado ao limite, e não queria se tornar refém do próprio sucesso.

Sem remorso algum, Weller seguiu em frente. Montou o Style Council, embarcou em uma carreira solo bem-sucedida e, sempre que perguntado sobre o fim do The Jam, disse que tudo havia acontecido na hora certa. Em 2007, disse à Billboard que nem se lembrava direito do dia em que tomou a decisão. Um ano depois, ao New Musical Express, reafirmou tudo e chamou a separação de “decisão artística”. Em 2015, num documentário sobre a banda exibido pelo canal Sky, mandou a pá de cal: “O The Jam nunca vai se reunir. Para mim, seria contra tudo o que sempre defendemos” (fonte: Radio X).

“Defendemos?” O saudoso Buckler tinha uma visão diferente. Em entrevista ao jornal Woking News & Mail, lembrou que soube do fim ao ser chamado para uma reunião em 1982 (“estranhei, porque nunca tínhamos reuniões da banda”) . Ao chegar, foi o próprio John Weller, pai de Paul e empresário do grupo (sim, o pai do principal compositor cuidava dos negócios), quem anunciou o fim. “Foi quase como se John não conseguisse pronunciar as palavras. Tenho certeza que ele não queria que a banda terminasse”, disse.

Buckler disse entender mais ou menos a atitude de Paul, que se sentia sobrecarregado por ser o principal compositor. Mas tinha uma outra sugestão: um hiato, em vez de um fim definitivo. “Nós – especialmente Bruce – tentamos dizer: ‘Por que não damos um tempo de seis meses? Assim, cada um pode testar projetos solo e ver como nos sentimos depois’. Foi tudo muito repentino, não parecia fazer sentido acabar assim”, recordou. Paul Weller, segundo ele, praticamente não falou nada – deixou que o pai conduzisse o encerramento.

O relacionamento entre Weller e os outros dois nunca mais foi o mesmo, embora eventualmente voltassem a se falar. Buckler e Foxton permaneceram próximos: chegaram a montar uma banda chamada From The Jam, que tocava repertório do trio. Já Rick cuidou por vários anos de um site de fãs do Jam, ainda no ar.

Aliás, Buckler e Foxton também tentaram um novo trio, o Sharp, que lançou um único single em 1986, com as faixas Entertain me e So say hurray (The Emperor’s New Clothes). Ambas foram compostas pelo terceiro integrante, Jimmy Edwards – um ex-membro da banda punk Sham 69, que já havia tocado com Foxton no Time UK, banda pós-Jam de relativo sucesso em 1983.

Olha Entertain me aí. Para quem havia ficado na saudade quando o Jam chegou a fim, é o que sobrou.

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Bohemian rhapsody, do Queen, continua sendo um verdadeiro arquétipo do rock operístico: ambicioso, teatral e com um storytelling marcante. Pode-se argumentar que há exageros na faixa, mas convencer seus fãs (e os fãs ardorosos do Queen, em especial) de que se trata de uma música ruim, chata ou superestimada… esquece, que não vai rolar.

Recentemente, o jornalista Reuben Cross, da Far Out, resolveu falar da canção, reunindo seus próprios argumentos contra e a favor, na tentativa de responder à pergunta: Bohemian rhapsody é realmente uma boa música? “Só porque uma música faz um sucesso enorme não significa que ela seja realmente boa”, provoca logo no início. Mais adiante, porém, ele reconhece o impacto da faixa: “Há tanta coisa acontecendo na música que é virtualmente impossível ouvir a faixa inteira e não encontrar algo impressionante nela”. O texto tá aí.

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Duas bandas veteranas estão lançando coisas novas – e fazem questão de lembrar a seus fãs que elas não deixaram de produzir. Uma delas é o The Alarm, grupo galês formado em 1981, que sempre se dedicou a uma espécie de pós-punk de arena. No Brasil, muita gente deve se lembrar do álbum Eye of the hurricane, de 1987, lançado aqui, e que teve bastante projeção em “rádios rock” (o single Rain in the summertime tocou muito na Fluminense FM). O grupo retornou em 1999 sob a batuta do vocalista Mike Peters, e retornou aos estúdios em 2002 – essa nova fase, intitulada The Alarm MM++ , já tem 16 discos. Eles preparam álbum novo para este ano e já soltaram o single e clipe Chimera.

A outra banda é o The Primitives, grupo britânico de indie pop que surgiu em 1984 e estourou com o hit Crash (1988). Após encerrar atividades em 1992, eles voltaram no século XXI e agora lançam Let’s go round again – Second wave singles & rarities 2011-2025 (Norman Records), coletânea que documenta sua produção mais recente. Desde o retorno, em 2009, Tracy Tracy, Paul Court e Tig Williams lançaram dois álbuns, um EP, vários singles e marcaram presença em diversas compilações – parte desse material está reunido no novo lançamento.

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Carnaval pop: a Unidos do Viradouro, que lamentavelmente não foi a campeã do Carnaval 2025, lança neste ano a Ala da Inclusão, que abre espaço na Escola Mirim da agremiação para crianças e jovens com deficiência, até 21 anos. O desfile da ala vai rolar na Marques de Sapucaí – só que nesta sexta (7), um dia antes do Desfile das Campeãs, às 22h30. Entre as mentoras do projeto está Carol Reis, mãe de uma criança com paralisia cerebral e filha do cantor Byafra – sim, ele mesmo, o dono de vários hits dos anos 80.

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