Cultura Pop
Tributo a “Meddle”, do Pink Floyd, com uma turma que vai do progressivo ao punk
O primeiro álbum do Pink Floyd no qual você começa a perceber influências do grupo em praticamente tudo que veio depois foi Meddle, sexto disco, de 1971 (falamos dele aqui, aliás). Tinha uma música ocupando um lado inteiro, Echoes, o que posicionava o grupo do lado mais progressivo do rock dos anos 1970 – mas o disco inteiro trazia uma melhor comunicação com os fãs e com o universo pop-rock da época de modo geral. Se você quiser entender o que foram os anos 1970 em termos de música, cultura, aspirações, traumas e até medos, vale ouvir o futurismo distópico de One of these days (um só verso, e que diz tudo), o clima folk de Fearless, a ressaca hippie de San Tropez… tudo de uma tacada só.
O selo Cleopatra Records acaba de lançar em CD, vinil e formato digital um tributo a esse disco do Pink Floyd. Meddle reimagined tem todas as seis faixas do álbum regravadas por uma turma bem variada. One of these days, por exemplo, tem no time as lendas Geoff Downes (Yes), Steve Stevens (Billy Idol), Jyrki 69 (da banda finlandesa de glam metal 69 Eyes), Carmine Appice e Bootsy Collins – este último, uma lenda viva do funk, fazendo do seu modo na faixa aquelas linhas de baixo que fizeram uma turma enorme babar nos anos 1970, e fazem até hoje.
O tema Fearless inclui uma turma mais variada ainda: Mark Stein (Vanilla Fudge), Helios Creed, Bob Daisley (Uriah Heep, Ozzy Osbourne e mais uma turma enorme) e Rat Scabies (The Damned). A quase vinheta Seamus traz de volta ninguém menos que Terry Reid, cantor solo conhecido nos anos 1970 (e o-cara-que-não-quis-cantar-no-Led-Zeppelin) nos vocais. E tem latidos, claro, como no original. Nomes como Rick Wakeman, Dave Lombardo (Pantera), James LaBrie (Dream Theater), Martin Barre (Jethro Tull) e outros também estão no álbum.