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The Who: pra quê esse monte de coletâneas?

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E aí, qual seu disco preferido do Who? Muitos fãs ocasionais do grupo (que, está confirmado, vem ao Rock In Rio) vão acabar citando discos como “Meaty, beaty, big & bouncy” e “Who’s better, who’s best”, que são nada mais do que coletâneas da banda – sim, porque o Who, uma que sempre foi tão boa de singles quanto de discos conceituais, tem na discografia 11 discos de carreira e 28 (!) compilações. Em alguns anos, o Who não lançou disco nenhum, mas deixou que suas gravadoras (Polydor na Inglaterra e MCA, hoje Geffen, nos EUA) lançassem antologias com faixas de compactos, músicas de LPs, lados-Bs etc – algumas delas bastante parecidas umas com as outras. E o grupo também contribuiu para a produção de alguns desses discos. Onze deles seguem aí embaixo:

“MAGIC BUS: THE WHO ON TOUR” (1968). Assim que saiu o single “Magic bus”, o grupo pôs no mercado norte-americano essa compilação de lados B, músicas lançadas em álbuns e duas raridades do EP “Ready, steady, who” (1966). Vale pelas então pouco conhecidas “Call me lightining” e “Disguises”.

“DIRECT HITS” (1968). Um mês depois de “The Who on tour”, o grupo lançou sua primeira compilação editada para o mercado britânico – e mesmo com “Magic bus” indo muito bem por lá, ela nem faz parte do disco. Trazia as pouco conhecidas “In the city” (parceria do baixista John Entwistle com o baterista Keith Moon) e “The last time” (releitura do hit dos Rolling Stones, gravada em solidariedade à banda, quando Keith Richards e Brian Jones enfrentaram vários processos por posse de drogas). O disco sumiu do catálogo da banda e só foi relançado na década passada.

“MEATY, BEATY, BIG & BOUNCY” (1971). Lançada dois meses após “Who’s next”, essa coletânea aparentemente não trazia nada de novo: todo o material já havia saído em álbum. As diferenças eram a versão estendida de “Magic bus”, diferente da do single, uma versão mais deprê de “I’m a boy”, e a mixagem alterada de “Happy Jack”. Uma curiosidade é que o prédio da capa (o Railway Hotel, em Londres) não existe mais e em seu lugar há dois prédios com os nomes de Moon House e Daltrey House.



“ODDS & SODS” (1974).
Num ano em que o Who não lançou LP, o baixista John Entwistle separou material raro do grupo, além de vários outtakes, para serem lançados em álbum duplo. A ideia do músico era conter o alto número de bootlegs que saíam com o nome da banda. O material virou um disco simples, que trazia pela primeira vez em álbum o single de estreia dos High Numbers (embrião do Who), “I’m the face”. Pete Townshend escreveu ele próprio o encarte do disco, explicando tudo sobre cada música e até sendo bastante sincero sobre o que realmente achava de cada uma.

“THE STORY OF THE WHO” (1976). Coletânea dupla só com hits-ou-quase, capitalizando bastante em cima do sucesso do filme “Tommy”, de Ken Russell (na capa, tem uma máquina de pinball explodindo, que aparecia no anúncio de TV do álbum – veja o spot abaixo). Por acaso, mais da metade do disco 2 é tomada por músicas do LP original da ópera-rock, de 1969 (botaram até a vinheta “Tommy’s holiday camp”, uma das poucas músicas escritas por Keith Moon para a banda). Nunca saiu em CD.

“HOOLIGANS” (1981). Mais uma coletânea dupla do grupo, e a primeira lançada após a morte de Keith Moon, já na fase em que Kenney Jones era baterista do quarteto. Por algum motivo, o Who mudou os nomes de certos singles que incluiu no disco: “Let’s see action” virou “(Nothing is everything) Let’s see action” e “Relay” ganhou um “the” na frente.

“THE WHO’S GREATEST HITS” (1983). Mais uma coletânea do Who? Sim, e sem muitas diferenças em relação às anteriores. Músicas como “Won’t get fooled again” e “Who are you” aparecem em versões editadas. Saiu pela MCA no mercado americano.

“RARITIES I/II” (1983). Outra coletânea do Who? No mesmo ano? Quem aguenta? Bom, a Polydor e o mercado inglês se deram bem nessa: numa época em que (mas que coisa) não havia Spotify nem dava para baixar músicas da internet, o grupo botava de novo nas lojas dois LPs separados com faixas de singles que já estavam indisponíveis há anos. Trazia músicas esquecidíssimas, como o lado-B britânico de “Magic bus”, “Dr. Jekyll e Mr. Hyde” (de Entwistle) e a versão de estúdio de “I don’t even know myself”.

“THE WHO COLLECTION” (1985). Coletânea dupla (gente, mais uma?) do grupo, que acabou sendo o primeiro álbum do Who formatado simultaneamente para LP e CD.

“WHO’S BETTER, WHO’S BEST” (1988). Lançada pouco antes de o Who partir para uma turnê de 25 anos de carreira, essa coletânea foi o primeiro disco do grupo lançado em CD no Brasil, em 1990. Saiu simultaneamente a um home video com o mesmo nome.

“THE WHO HITS 50!” (2004). E o The Who chega aos 50 anos com essa coletânea, que tem a inédita “Be lucky” e alguns singles meio raros, como “Zoot suit”, dos High Numbers.

Agora, honestamente, se a gente fosse recomendar uma coletânea do Who, aconselharíamos a caixa “Thirty years of maximum r&b”, que já tem isso tudo aí e mais um pouco.

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