Cinema

The Public Image Is Rotten: filme sobre John Lydon e PiL no YouTube

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“Johnny Rotten mudou para sempre a música e a cultura em geral”. A frase, publicada no site oficial do documentário The public image is rotten, sobre a trajetória de John Lydon e sua banda pós-Sex Pistols, o Public Image Ltd, não é uma viagem da cabeça de algum fã da banda, ou do diretor Tabbert Filler, ou do próprio Lydon. Em 1978, graças a discos como First issue (1978) e Metal box (1979), o PiL conseguiu chegar o mais próximo de ser “a banda que aponta o futuro”, musicalmente falando. Com direito a um vocalista que falava barbaridades nas entrevistas, chamava a imprensa britânica pro pau e se esmerava para desagradar quem ele achasse desagradável.

O documentário The public image is rotten foi jogado no YouTube com legendas em espanhol e, como tudo que é jogado no YouTube, pode não ficar lá por muito tempo. É a chance de descobrir, além da música do Public Image, a história de um músico cujo trabalho inicial foi marcado pela revolta – com os modelos conhecidos de rock e música pop, com o circo armado em torno dos Sex Pistols e da morte de Sid Vicious, com a maneira como os ingleses tratavam “quem não era de sua casta” (filho de imigrantes irlandeses, ele se sentia tratado como a escória do mundo quando criança em Londres).

Hoje em dia, sendo bastante sincero, é mais possível lembrar de John Lydon como o sujeito sem-noção que manifestou apoio a Donald Trump, como o imbecil que volta e meia é visto dando uma ou outra declaração preconceituosa, como o maluco que diz que “vai matar” quem ele detesta (afirmou isso a respeito de uma lista enorme de pessoas e nunca matou ninguém). Que o lado babacão dele ficou mais evidente com o tempo, é um fato. Já em 1977/1978, havia poucas pessoas no negócio da música com tanta atitude quanto Rotten/Lydon, um sujeito que se voltava contra seu próprio empresário, demonstrava desprezo em relação à supremacia hippie e ao clima Los Angeles nas gravadoras e no universo pop, falava o que queria a respeito de quem quisesse.

O PiL continuou na mesma linha. Lydon fazia sobrar o resultado de seus problemas pessoais pra quem estivesse à sua volta, brigava com empresários, tratava colegas de banda como peças de fácil reposição (no começo do documentário diz que “tudo se resume a dinheiro e eu não tinha grana pra manter ninguém sob contrato”) e atraía encrenca na mesma proporção. O baixista Jah Wobble, um dos mais criativos ex-PiL, deixou a banda logo após usar material gravado nas sessões de Metal box em seu disco solo, The legend lives on… Jah Wobble in “Betrayal” (1980). Jah aparece no documentário e também fala a respeito disso.

Tá aí o filme (o arquivo do YouTube de fato desapareceu e sobrou este do Archive.org)

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