Lançamentos
The Araras: reggae e dub “caseiro” e conceitual em álbum de estreia
O negócio do The Araras é reggae e dub. Gustavo Villela (baixo, guitarra, violão, teclados, ukelele e programações) e Zé McGill (vocais e letras) abusam de baixos fortes e sons quase lisérgicos em seu álbum epônimo de estreia (Selo Trepidante), que faz uma espécie de viagem quase conceitual pelo calor do Rio de Janeiro, com faixas como a relaxante Hotter than Trenchtown, o reggae lounge Fervo (repleto de vozes de vendedores de mate, limonada, sorvete e água mineral, tudo captado na rua) e as dançantes e sequenciadas Homemade ice cold lemonade e Ice cream. Sons acústicos aparecem em faixas como And now for something completely different, que encerra o disco.
A dupla já teve outras bandas e chegou a morar junta em Los Angeles, e tem trabalhos pessoais que vão além da música – Villela é professor de Antropologia, McGill é escritor (lançou livros como Mordaça e Saquarema sete três). As influências dos dois incluem nomes como Alton Ellis, Desmond Decker, Lee Perry, Sugar Minott e Sly & Robbie, além de Aston “Family Man” Barrett, baixista dos Wailers. A dupla enfatiza que levou bastante a sério o conceito de gravação caseira na hora de fazer o disco. “Todos os vocais foram capturados via celular!”, dizem.
“Gustavo começou a produzir músicas em casa, e sempre me mandava os sons. Eu vi como ele foi evoluindo no processo de gravação e comecei a dar algumas ideias de melodias de vocal” conta McGill, “Em janeiro, ele me mandou a base de uma música. Em dez minutos, gravei o vocal, em áudio de Whatsapp, no banheiro de casa. Mandei pra ele, que inseriu e editou as vozes em cima da base. E aí a gente pirou, nos empolgamos com a rapidez e pintou a ideia de um disco todo nessa onda de sons jamaicanos, dub reggae, rocksteady, lovers rock… “, completa.
- Apoie a gente e mantenha nosso trabalho (site, podcast e futuros projetos) funcionando diariamente.