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Tem documentário sobre Poly Styrene vindo aí

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No dia 5 de março vai estrear na plataforma da Modern Films – que reúne cinemas que oferecem filmes para streaming – o documentário Poly Styrene: I am a cliché, sobre a vida e a obra de um dos mais importantes nomes femininos do punk rock, Poly Styrene (1957-2011), vocalista do X-Ray Spex. O filme também está na grade de festivais como o SXSW.

O filme tem direção de Paul Sng e da filha de Poly, Celeste Bell, que fez questão de focar na vida da mãe antes e depois da banda. O X-Ray Spex durou relativamente pouco tempo e gravou só dois discos, com quase duas décadas de diferença. O primeiro, Germfree adolescents, saiu em 1978 e estourou músicas como Art-I-ficial.

Uma das músicas pelas quais o X-Rax Spex é mais conhecido é seu primeiro single, Oh bondage! Up yours!, também de 1978. Mas que acabou ficando de fora do primeiro álbum.

Como Celeste afirmou ao Financial Times, o filme leva para a tela o legado da cantora, tida por muitos de seus contemporâneos como “a melhor do punk”. Além de cantora e compositora, ela era responsável pelas roupas do X-Ray Spex e teve influência em vários nomes importantes da música.

Poly, que nasceu em Brixton, Inglaterra, e cujo nome verdadeiro era Marion Elliott, era filha de mãe inglesa e pai somali ausente. Após sentir muita hostilidade e racismo na infância e na adolescência, encontrou-se no punk. Acabou se tornando um raro exemplo de mulher negra a liderar uma banda desse estilo, na Inglaterra daquela época.

O sucesso no começo da carreira (a banda encontrou abrigo na grandalhona EMI e Germfree adolescents ganhou status de disco do ano) não livrou Poly da incompreensão, nem de receber um tratamento bem indigno de certos setores da mídia. Celeste fez questão de abrir o filme com a entrevista que a cantora deu a Tony Wilson, criador da gravadora independente Factory, na TV, em 1978.

O aparelho que a cantora estava usando nos dentes naquela época virou assunto do começo da entrevista, e Tony fez questão de abrir o papo com a frase “com esse aparelho, Poly dificilmente vai ser algo como Linda Ronstadt”. Poly abaixa a cabeça e parece não se sentir confortável. “É um dos momentos mais tristes, mas impactantes do filme”, esclareceu Celeste ao Financial Times. Poly era costumeiramente comparada com cantoras tidas como convencionalmente mais bonitas. Sua filha diz que a autoestima da artista foi marcada por isso, a vida inteira.

A primeira fase do X-Ray Spex durou até o momento em que Poly teve uma alucinação e foi internada por sua mãe – inicialmente com um diagnóstico errado de esquizofrenia. Só em 1991 ela foi finalmente diagnosticada com transtorno bipolar. Mas em 1980 ela ainda gravou um primeiro disco solo, Translucence, mais ligado ao pós-punk, pela United Artists. Em 1983, se converteria ao Movimento Hare Krishna. Passou os anos seguintes gravando, lançando singles, escrevendo e fazendo palestras. Poly morreu aos 53 anos, de câncer, deixando um grande vazio no punk rock.

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