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Tagore: homenagem ao pai e a Pernambuco em “Barra de Jangada”

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A perda do pai (o artista plástico Fernando Suassuna) no meio da pandemia, em 2020, fez o cantor e compositor pernambucano Tagore iniciar um processo de luto – algo inédito para ele. O luto levou o artista a um retorno ao passado – mais aproximadamente à época em que viveu no bairro pernambucano Barra de Jangada (em Jaboatão dos Guararapes), durante a infância, nos anos 1990.

Saíram então o single e clipe Barra de Jangada, que serve como homenagem ao pai, ao passado do cantor e à MPB pop de Pernambuco – nomes como Alceu Valença, Geraldo Azevedo, Zé Ramalho, Lula Côrtes, Elba Ramalho, e também o guitar hero Paulo Rafael, conhecido por ter tocado no grupo psicodélico Ave Sangria e por ter acompanhado Alceu Valença, e que morreu em 2021.

Paulo e Tagore foram parceiros e, diz Tagore em comunicado de lançamento, “foi uma escolha consciente mergulhar nessa sonoridade criada por Paulo Rafael e Alceu nos idos dos anos 80. Há muito tempo que a obra de Alceu é um norte fundamental na minha construção artística, tendo eu também raízes familiares profundas no sertão, sempre me identifiquei com a forma como ele traduziu os aboios, baiões, cantorias, repentes e emboladas em seu trabalho, modernizando esse passado ao fundi-lo com elementos elétricos, como guitarras, sintetizadores e etc. Então brinco que fizemos um disco ‘valenciano’, explica ele, cujo single novo vai gerar um álbum a ser lançado em 2024, também chamado Barra de Jangada.

O clipe, por sua vez, mistura imagens em VHS e imagens atuais de Tagore no bairro onde viveu, e que dá nome à música e ao disco. “Com o processo de luto, comecei a rever minha existência até ali, como um filme, tentando resgatar as primeiras imagens das quais me recordava. Fui parar então no ano de 1992, com 4 anos de idade, morando num bairro litorâneo chamado Barra de Jangada, com uma praia muito preservada na época. Quando defini a estética sonora que queria abraçar no disco, logo me veio a ideia de que deveria fundir o som às imagens que remontassem esse período no qual eu estava me referenciando”, conta.

“Pesquisando, encontrei no YouTube um acervo de vídeos gravado por japoneses em Recife na década de 80, que retratavam com exatidão muitos dos locais e situações praieiras presentes nas minhas lembranças. Então somei esse material a gravações minhas atuais e editei tudo de forma que houvesse uma liga visual entre todas as imagens, deixando uma vibe de clipe exibido no Fantástico em 1989″, brinca ele, que incluiu uma pintura do pai na capa do single – que sai pelo selo Estelita e tem produção do próprio Tagore ao lado de João Felipe Cavalcanti e Pedro Diniz (Foto: Vinicius Lezo/Divulgação).

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