Crítica
Ouvimos: Supercombo – “Caranguejo” (parte 1)
RESENHA: Supercombo lança a parte 1 de Caranguejo: mistura criativa de metal, punk, emo, forró e piseiro, com letras irônicas e emotivas.
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E aí? Como lidar com essa coisa dos lançamentos de discos, às vezes, serem divididos em duas partes? Enfim, quando o lado A sai primeiro e meses depois vem o B – caso por exemplo, do disco mais recente do Circa Waves. Decidimos que vale resenhar a primeira parte e, depois, fazer um texto mais completo – e com outra nota, maior ou menor – quando todo o conceito for colocado nas plataformas.
No caso da parte 1 de Caranguejo, novo disco do Supercombo, a torcida é para que a parte 2 complemente bem as ideias altamente criativas que a banda pôs nesse primeiro lançamento. Caranguejo, se fosse um EPzinho de 20 minutos, já seria o lançamento mais criativo e variado do grupo, buscando uma saída sonora que une metal, punk, emo e estilos que parecem tão imiscíveis a ele como óleo e água. A transmissão, na abertura, mescla som pesado, forró e piseiro para comentar sobre a vida dos artistas em época de pouco pagamento das plataformas digitais, e de rádio quase sucateado. Piseiro Black Sabbath você provavelmente já ouviu: um apelo aos bangers de cabeça aberta, um brega-metal de primeira.
As letras soam como um chamariz para o material e misturam-se ao clima livre do disco. Hoje eu tô zen é emo-anti-exaltação à turma gratiluz e aos coaches de plantão (e aos fãs deles). O eletroemo Testa é dedicado a alguém que já se foi, mas tenta abordar o tema de forma menos tensa. A ironia também toma conta da sofrência Nossas pitangas e da sofrência nonsense de O alfaiate – sobrou para Alento o momento sério do disco, um emo de encontros, desencontros e saudades, talvez de pai para filho (ou filha). Esperando agora pela parte 2.
Texto: Ricardo Schott
Nota: 8,5
Gravadora: Deck
Lançamento: 15 de agosto de 2025.