Cultura Pop

Teve clipe de “This town ain’t big enough for both of us”, dos Sparks

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Em 1974, um ano antes do Queen faturar com o clipe de Bohemian rhapsody, lá vinham os Sparks – surfando uma baita onda de popularidade com o disco Kimono my house – tentar ocupar as poucas estações de TV que exibiam esse tipo de atração com o promo de This town ain’t big enough for both of us.

Entre o que se sabe sobre esse clipe, lá vai: 1) ele foi dirigido por Rosie Samwell-Smith, a então esposa do ex-baixista do Yardbirds, Paul Samwell-Smith; 2) foi filmado no Museu de Automóveis construído pelo político conservador inglês Lord Montagu em Beaulieu, na costa sul da Inglaterra. Apesar da tentativa, e a despeito do fato de This town ter se tornado sucesso logo que saiu, o clipe foi pouco visto (justamente porque não havia cultura de clipes na TV) e ressurgiu anos mais tarde no YouTube.

Numa das cenas, Russel Mael (o vocalista extrovertido, enquanto o irmão Ron era o tecladista fechadão e sério) leva um tiro do baixista dos Sparks, Martin Gordon, com uma espingarda de cano duplo. Gordon foi o responsável por boa parte do arranjo da música e chegou a sugerir frases de baixo inspiradas em Close to the edge, do Yes – depois descartadas pelo grupo.

This town, na verdade, tinha começado com o título de Too hot to handle. Ron Mael, autor da música, foi fazendo a melodia inspirado em seus estudos de Bach. Deixou tudo tão rápido e cheio de modulações, que nem sequer pensou que seu irmão teria que cantar em cima daquilo. “Ele teve que se adaptar”, falou ao The Guardian. “Nós gravamos isso durante uma crise de energia e nos disseram que, por causa da falta de vinil, talvez nunca saísse”. Uma aparição no influente Top of the pops da BBC, selou a diferença e transformou aquela esquisitice em hit.

O dedo da BBC aparece também em outro detalhe da música: os barulhos de tiros que aparecem nela, tirados de um disco de efeitos sonoros da emissora. A ideia foi do técnico de som Richard Digby-Smith. No livro Talent is an asset: The story of Sparks, de Daryl Easlea, o produtor de Kimono, Muff Windwood, esclarece que a turma estava mexendo na faixa, saiu do estúdio para almoçar e, ao voltarem, Smith surgiu com o LP.

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