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Pare de reclamar do disco de covers do Weezer e ouça o dos Smithereens e o do Ty Segall

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Muita gente passou o começo de 2019 repetindo nas redes sociais opiniões conflitantes sobre o novo disco do Weezer, The teal album, cheio de covers bastante controversas – tem a versão deles para Africa, do Toto, etc. Se você odiou o álbum, acha que o Weezer tem que acabar (discordamos das duas afirmativas) e não pode nem ouvir falar em “disco de covers”, tem dois álbuns de releituras lançados ano passado para balançar seu coraçãozinho. Pega aí.

THE SMITHEREENS, “COVERS”. A gente forçou um pouco a barra. Covers não é bem uma novidade. O disco de releituras da banda americana já tinha saído em 2014 numa obscura versão em download digital. Em maio do ano passado saiu em formato físico. Mas dane-se, porque é a chance de você reencontrar com o som de uma das bandas mais bacanas dos anos 1980, que continua na ativa com um pequeno rodízio de vocalistas convidados, após a morte em 2017 do líder Pat DiNizio.

Covers traz parte do repertório de regravações feitas pelo grupo, entre 1980 e 2008. Muitas faixas foram gravadas para EPs ou projetos especiais. The slider, do T. Rex, saiu num tributo a Marc Bolan, em 1995. I want to tell you, dos Beatles, num disco em homenagem a George Harrison. Já as releituras de The seeker, do The Who, e Lust for life, do Iggy Pop, saíram no lado B do single Only a memory, de 1988.

Uma música bem bizarra resgatada pelo grupo para o disco é Gloomy sunday, composta pelo pianista húngario Rezs? Seress, e que teve sua partitura publicada originalmente em 1933. Anos depois, o poeta László Jávor compôs uma letra estilo bolerão para a música, em que o personagem quer tirar sua própria vida após a morte de seu amante.

A faixa ganhou o nada alegre apelido de Canção do suicida, por causa disso e de diversos outros fatores (rolou uma ligeira escalada fascista na Hungria nos anos 1930 e muita gente atribui o clima pesado do país e da música a uma onda de suicídios que houve por lá). Em 1941, a canção ganhou versão em inglês gravada por Billie Holiday.

Olha aí a versão dos Smithereens.

TY SEGALL, “FUDGE SANDWICH”. Um dos álbuns lançados em 2018 pelo incansável guitarrista e compositor californiano, Fudge sandwich traz o músico fazendo (muito) barulho em onze releituras. Tem desde I’m a man, do Spencer Davis Group (e que se tornaria um dos primeiros hits do Chicago) até Archangel thunderbird, da banda alemã Amon Düül. Tem também Slowboat, de uma das bandas preferidas do POP FANTASMA, os Sparks. E Isolation, de John Lennon, ganhando guitarras nos lugares em que aparecia o piano do ex-beatle.

Por sinal, no disco Freedom’s goblin, lançado em janeiro do ano passado, Segall já tinha dado uma pista do que viria aí, pondo distorções e ares metal-funk em Every1’s a winner, versão da banda disco Hot Chocolate.

Pega aí os dois discos. De nada.

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