Cultura Pop
Siouxsie & The Banshees: muito barulho, com Sid Vicious na bateria
Toda vez que você ouvir falar que “o concerto tal aconteceu de forma totalmente improvisada”, lembre que, pelo menos no universo do rock (e mais aproximadamente do punk rock) as definições de “improviso” foram criadas por uma certa apresentação, ocorrida quase no susto, em 20 de setembro de 1976. É o show abaixo, em duas partes, com toda a ruindade sonora a que tem direito.
https://www.youtube.com/watch?v=URzSQMVLxxQ
https://www.youtube.com/watch?v=F3NBuqzc_Fc
É o primeiro show de Siouxsie and The Banshees, ocorrido numa época em que a banda sequer tinha um nome e não apenas a vocalista Siouxsie como o baixista Steven Severin eram apenas os dedicados seguidores de uma banda que sequer tinha contrato com gravadora, os Sex Pistols – uma turma que ganharia o apelido (negado por Severin) de “Bromley Contingent”, por suas alegadas origens na região do Bromley, no sul de Londres. Quando Siouxsie e Severin souberam que uma das bandas escaladas para tocar no 100 Club Punk Festival (organizado por ninguém menos que Malcolm McLaren, empresário dos Pistols) resolveu pular fora da grade, se enfiaram no festival para tocar, lado a lado com os próprios Pistols, mais The Clash, Subway Sect e a banda francesa Stinky Toys. Acabaram entrando no cartaz do show como “Suzie & The Banshees”.
Bom, o único probleminha é que eles não tinham uma banda e mal sabiam tocar. Fácil de contornar, pelo menos pelos padrões do punk. Convocaram dois amigos e foramem frente. Na guitarra, o também estreante Marco Pirroni, que depois tocaria com Adam & The Ants. E na bateria um cara que mal sabia segurar nas baquetas: Sid Vicious, que depois viraria baixista dos Sex Pistols.
A zoeira que você ouve acima é um improviso de mais de vinte minutos em torno de poucas canções: Deutschland uber alles (o hino da Alemanha), Knocking on heaven’s door (Bob Dylan), Twist and shout (a própria) e The Lord’s prayer (o tradicional Pai Nosso musicado). Ouça se tiver coragem ou paciência.