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Shiron The Iron: clipe em VHS
Tem gente disposta a mostrar que o VHS e os antigos videocassetes têm seu charme (epa, nem nos recuperamos desse surto de adoração às fitas K7). A banda mineira Shiron The Iron acaba de lançar um clipe, Ain’t no man or woman to take my soul down, feito inteirinho com câmeras VHS dos anos 1980/1990.
O grupo-dupla é formado pelo músico e designer Shairon Lacerda e pelo baterista Flávio Freitas. E surge numa de blues-punk na música nova. O clipe foi uma produção da publicação americana Cake Magazine, para a qual Shairon tinha feito trabalhos de fotografia e ilustração.
Batemos um papo com Shairon sobre como o clipe foi feito, sobre que fim levou a guitarra cigar box que ele usa no vídeo (e que aparece um tantinho arrebentada lá pelas tantas) e… sobre o dia em que ele apartou uma das brigas recentes mais célebres do rock gringo.
O material em VHS foi feito como? Vocês arrumaram uma câmera antiga e fitas novas? Como conseguiram esse material?
O VIctor Jabour, amigo nosso, que é vocal do Kill Moves, coleciona câmeras. Ele tem várias filmadoras e fotográficas, tudo funcionando e participou das gravações. As fitas, é só gravar por cima de alguma velharia, tudo fita velha, usada. Dá pra comprar tudo na internet hoje em dia.
Divulgamos uma vez um vídeo de um youtuber que defendeu que fitas VHS não são tão ruins assim como se pensa. Você curte o formato? Tem videocassete em casa ainda? Funciona?
Eu adoro o formato VHS, assim como 8mm, 35mm… Bom ou ruim é algo bem relativo, a gente queria algo com um visual 80/90, e pra chegar nesse resultado o VHS foi a melhor opção pra gente. Eu adoro aquelas falhas, as sujeiras e o tom amador que elas trouxeram pro vídeo. Porém sou um péssimo fã, péssimo colecionador, não tenho CDs, LPs, cassettes, nada… Nem música no celular eu tenho. Prefiro ter poucas coisas no geral, mas pretendo começar um pequeno acervo quando tiver realizado o sonho da casa própria.
Seu nome é Shairon mesmo? Qual a origem do nome?
Pior que é Shairon mesmo! Haha! Sempre foi um nome bem diferente, óbvio. A galera costumava de chamar de Shiron, Shirón, dentre outros apelidos tipo York Shairon, Shairon Stone, Shairon Maiden, Shairon You Crazy Diamond… Daí uma hora saiu o Shiron The Iron. A família da minha mãe toda tem esses nomes “peculiares”, uma tradição na família. Eu tenho um tio já falecido chamado Tayro e um primo chamado Shaytner. Meu pai juntou o nome dos dois e me batizou. Recentemente descobri que meu primo chama Shaytner porque minha tia era fã de Star Trek, e do o ator que faz o capitão Kirk, o William Shatner. Rolou uma adaptação também. Racho de rir desses nomes nossos. Pelo menos é marcante.
A guitarra cigar box deu uma quebrada
A guitarra Cigar Box deu uma quebrada no meio do clipe. Ela foi ajeitada depois? Tá funcionando?
Ela acabou que abriu de tanta porrada que eu tava dando na bichinha. Eu tava chapado, querendo fazer bonito pro clipe… Mas eu passei umas black tapes e tá nova de novo. Em breve terei que fazer uma outra, pra não correr risco de falhar em algum show.
Quem emprestou as roupas femininas que vocês estão usando no clipe, e como surgiu essa ideia?
Os vestidos são nossos mesmo, nossas esposas que deram. Não é necessariamente roupa feminina, homem pode usar vestido também se quiser. Mas a música tem na letra “ain’t no man or woman to take my soul down”, achamos que seria legal brincar com isso através das roupas. E claro, o Nirvana já fazia isso há décadas atrás, é sempre uma grande referência.
Que história foi essa de você ter apartado a briga entre Jack White e Patrick Carney (The Black Keys)? Como aconteceu isso? O que você estava fazendo nos Estados Unidos por aqueles tempos?
Na época eu estava morando em NY pra ajudar minha esposa (a modelo Ari Westphal) a conseguir um contrato com uma agência de modelos. Eu tinha uns turnos em um bar privado, o extinto Cabin. Várias celebridades apareciam por lá, Kim Gordon, Mike Meyers… Um dia minha gerente me chamou num canto e disse que o Jack White e Patrick Carney estavam na casa. Eu fiquei todo empolgado porque sou fã dos dois, nosso trabalho foi muito influenciado por eles. Daí na sequência ela me falou que o Jack queria bater no Patrick e que ela precisava de mim pra apartar. Fiquei ansioso. Eu fui lá, tremendo os joelhos, sem saber o que fazer, imagina se eu tivesse que empurrar algum, bater? Sei lá… Hahahah! Mas dizem que cão que ladra não morde, quando eu cheguei lá o Jack já tava saindo, com cara de puto. O Patrick ficou a noite toda, sendo super simpático e dando ótimas gorjetas, inclusive. Gostei dele. Dá pra achar esse caso na internet, infelizmente ninguém me creditou! Hahaha!