Lançamentos
Salomão di Pádua: história da MPB de Brasília em disco
Maranhense de nascimento, Salomão di Pádua começou sua carreira musical em 1992, foi morar em Brasília em 1997 e passou a fazer shows por lá e a relacionar-se com a música local. Para comemorar os 30 anos de história na música e homenagear a capital federal, seu novo álbum, que sai pelo selo GRV, é Salomão di Pádua canta Brasília para o mundo, repleto de canções de artistas que escolheram Brasília para morar.
O disco já abre com a releitura de uma canção bastante familiar para quem acompanhava o rock brasileiro dos anos 1980, Um telefone é muito pouco, de Renato Matos, pai da cantora Flora Matos, com versos como “um telefone é muito pouco/pra quem ama como louco/e mora no plano piloto”. Gravada pelo autor num single independente, ela foi regravada em 1986 por Leo Jaime (por acaso um goiano, nascido bem próximo de Brasília, e radicado no Rio) no álbum Vida difícil. No álbum de Salomão, ela surge com participação de Zeca Baleiro, conterrâneo de Salomão.
O disco de Renato mostra que Brasília num teve só rock: teve folk, samba, soul, MPB com influência de choro e bossa nova – em músicas como Modo de ser (composta por Clodo Ferreira, autor de canções gravadas por Fagner), e Bicicleta (de Eduardo Rangel, compositor local). Tem também blues, como em Timidez, do autor local Fred Brasiliense. Já Quase um segundo, hit dos Paralamas do Sucesso, surge em versão bossa nova. No final, a beleza do quase choro Bicicleta, de Eduardo Rangel.
Com Salomão no estúdio, Agilson Alcântara (violão, guitarra, arranjos e direção musical), Hamilton Pinheiro (baixo, fretless, acústico), Márcio Bezerra (sax, flauta, clarineta), Carlos Pial (bateria e percussão), Gregoriee Júnior (piano, teclados).