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Sabaton: “Somos corrigidos pelos nossos fãs!”
Quando a banda sueca de heavy metal Sabaton lança um disco, os fãs já sabem que vão encontrar um monte de histórias sobre guerras e heróis nas letras – uma delas, “Smoking snakes”, foi até dedicada a desconhecidos pracinhas brasileiros, mortos na Segunda Guerra Mundial, e que não se renderam ao se encontrarem cercados de soldados alemães. Só que a quantidade de fatos distorcidos e números arbitrados que há na internet anda deixando o grupo com problemas. O baixista do grupo, Pär Sundström bateu um papo com o site austríaco Beyond Pixies e disse que volta e meia o grupo é corrigido por alguns fãs.
“Eu deixo um monte de material salvo no computador quando a gente começa a pesquisar e a fazer as letras. Hoje é mais fácil do que quando fizemos ‘Primo Victoria’ e ‘Attero dominatus’, só que hoje você não pode contar com a exatidão dos fatos da mesma forma, na Internet”, reclama. “Há muitas boas fontes na web sobre tudo, nem precisamos procurar muito. Quando a gente canta sobe algo, sempre há dois lados, e é um pouco complexo achar o certo e o errado. Sabemos que não somos perfeitos de todas as formas e volta e meia aparece gente corrigindo: ‘Pô, vocês disseram que havia 3 mil pessoas naquela ocasião e era 2.865!’. E a gente: ‘Pois é, mas é que soaria melhor falar que eram 3 mil’. E a própria história que achamos já diz que eram 3 mil, só que aparece alguém depois e corrige isso!”.
Se a ideia do grupo é fazer com que as pessoas pesquisem mais sobre os fatos que narram nas letras, a missão do Sabaton até que está sendo bem cumprida. Até bem demais, já que o feitiço se volta contra os feiticeiros muitas vezes. “Muitas coisas sobre as quais a gente canta acabam sendo discutidas pelas pessoas depois. As pessoas caem dentro delas e descobrem fatos que nem haviam antes. Histórias de campos de batalhas que foram movidos inteiramente, ou coisas que não aconteceram na cidade tal, aconteceram em outra cidade, em outro vilarejo ou algo do tipo. Ninguém nem sabia nada do assunto quando começamos a escrever as letras e depois elas leem e pensam: ‘Isso é bem legal!’ Aí depois elas pesquisam e falam: ‘Você está errado, não foi isso!’. Mas tudo bem. Fazemos o possível com o que temos”.
E olha o Sabaton no Circo Voador, aqui no Rio, no ano passado, tocando justamente “Smoking snakes”.