Cultura Pop

Relembrando: Lydia Lunch, “Conspiracy of women” (1990)

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Ex-integrante dos provocativos Teenage Jesus & the Jerks, e figura conhecida da chamada no wave (a turma de Nova York que contestava a caretice e o lado pop do próprio punk), a cantora e compositora Lydia Lunch vem desenvolvendo há anos um trabalho de spoken word. Faz shows inteiramente falados, declamando textos cínicos, políticos e críticos – um filão que também foi bastante explorado por seu amigo Henry Rollins e por Jello Biafra, por sinal.

Volta e meia Lydia faz turnês apenas lendo textos. Recentemente, fez shows falados na Austrália e lançou um livro exclusivo para o país com seus textos. “Desde que comecei a escrever, pode parecer que estou apenas conversando. Os textos são todos muito roteirizados, mas é claro que há espaço para espontaneidade e improvisação. Você nunca sabe o que vai sair da minha boca imunda”, contou ela, que recentemente lançou também um podcast de entrevistas, The Lydian Spin. “Eu realmente me sinto evangélica. Bem-vindo à minha igreja. Primeiro mandamento, rebelião da falsa virtude. É domingo aqui – bem-vindo à minha igreja!”.

Recentemente, o fruto de uma dessas apresentações de Lydia chegou às plataformas digitais. Lançado originalmente em CD, LP e fita em 1991, Conspiracy of women surgiu de uma apresentação de spoken word em Berlim, Alemanha, em 12 de abril de 1990. Os lançamentos originais traziam duas enormes faixas sem título, extraídas de performances da cantora, mas hoje os lados A e B originais ganharam nomes.

I just got back from Los Angeles relembra uma ida recente à “terra de Henry Rollins, do NWA e das estrelas de cinema”, narrando encontros com as bandas locais e com a indústria “decadente” de astros de Hollywood. “Lá todo mundo age como estrela de cinema ou do rock, e todo mundo dirige limusines. Além disso todo mundo lá dirige filmes e eu meio que faço filmes também”, brinca, chamando Nova York de “necrópolis”. No lado B, o protesto anti-imperialismo de Why why was I born an american?, quase trinta minutos de discurso anti-tudo, pregando a eliminação de reis, juízes e tribunais, e soltando frases como “odeio deus porque ele foi o primeiro tira”.

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