Cultura Pop

Relembrando: Laura Carbone, “Sirens” (2015)

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Com um nome desses, italiano quase abrasileirado, Laura Carbone poderia ser uma colega sua de colégio ou de faculdade, ou uma atriz de novela das 21h. Nada disso. É uma cantora e compositora alemã, nascida em 1986, que fez parte de uma banda de eletro-punk chamada Deine Jugend – conhecida e falada em alguns países da Europa, e apenas por lá. Em 2015, ela começou a fazer carreira solo e, após estrear com o EP Stigmatized (2014), lançou o álbum Sirens, que traz pós-punk com alguns tons sombrios, riffs dedilhados, mas voltado para o pop: os vocais lembram às vezes uma versão moderna de Chrissie Hynde (Pretenders) ou um projeto pós-punk de Stevie Nicks. E uma boa parte do disco é mais ensolarada do que a capa, com Laura bancando a modelo sixties, embaixo de uma cruz, faz supor.

Diz Laura que ao iniciar o trabalho solo, ela decidiu profissionalizar bastante o trabalho, e foi procurar empresários e gravadoras. Não deu certo: suas canções chegaram a ser comparadas ao AC/DC (bom, há um certo lado de rock clássico em algumas faixas de Sirens, mas nem tanto) e que houve quem recomendasse que ela permanecesse cantando em alemão. Laura fez o álbum de forma independente – nos EUA, saiu pelo selo Aporia Records – inspirada por The Breeders, Sonic Youth, PJ Harvey e Bikini Kill, entre outros nomes. “Eu adoro a reverberação de uma caixa do Sisters of Mercy, ou o tremolo da guitarra de Chris Isaak, e as melodias marcantes das músicas do The Cure. Gosto desses sons bem antigos, mas estamos focando em uma produção contemporânea”, disse num papo com a Philty Mag, quando saiu o álbum.

Sirens tem um lado mais “gótico”, que aparece em músicas lembrando The Cure, como Heavy heavy, Silky road e Blue birds fly (essa, em especial), ou na desencantada Exes (“estou ficando sem ex-namorados/por que os meninos não podem ser como homens?”, diz a letra). Já Swans, aberta com riff de baixo lembrando New Order/Joy Division, é o pós-punk em estado mais bruto do álbum. Um lado power pop aparece bastante no álbum, nas faixas Favorite disease, Plan of attack, Innocence (“ela me lembra a trilha sonora de um filme universitário dos anos 90, como As patricinhas de Beverly Hills“, afirmou Laura) e Late night conversations.

Laura gravou mais dois álbuns: Empty sky, de 2018, mais próximo do post-rock e da música sombria, e Live at Rockpalast, de 2020. Horses, single novo, saiu em agosto: uma balada quase folk, ligada aos anos 1960, e que anuncia o disco duplo The cycle, programado para o começo de 2024.

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