Cultura Pop

Relembrando: Bun E. Carlos, “Greetings from Bunezuela!” (2016)

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Já que falamos outro dia da estreia do Cheap Trick, de 1977, vale recordar o inusitado álbum solo (único até o momento) de Bun E. Carlos, ex-baterista da banda. Greetings from Bunezuela! saiu em 2016 e é cheio de vocalistas convidados, num clima meio de all star band. Na época, o site Consequence comparou o disco com as aventuras anos 1990 de Santana, em discos como Supernatural, mas claro que o resultado é bem diferente, e o êxito da empreitada também foi.

O nome do disco vem de uma piada interna e, em parte, externa. O nome verdadeiro de Bun E. Carlos é Brad Carlsson. Há mistério até sobre seu ano de nascimento – o chute mais bem dado aponta para 1950, mas outros anos, como 1952 e 1953, já saíram publicados por aí. O encarte justamente da estreia da banda afirmava que “Bun” seria uma diminuição de “Bunezuela”. Tudo porque não apenas o baterista seria venezuelano, como sua família havia ajudado a construir o canal do Panamá. Era só brincadeira: Bun tinha nascido em Rockford, Illinois, terra de sua banda. Mas essa história convenceu e perdurou por um tempo.

Greetings tem cara de brincadeira que virou coisa séria. Mas uma brincadeira com excelente produção, repertório bacana e convidados de peso. A lista de faixas tem Do something real, música do álbum Speak kindly of your volunteer fire department (1999), de Robert Pollard (Guided By Voices) e Doug Gillard, com participação do próprio Pollard. O mesmo Robert aparece dando um toque especial a Idea, sucesso da primeira fase dos Bee Gees. John Stirratt (baixista do Wilco) solta a voz numa curiosa e corajosa versão de Armenia city in the sky, do Who. Tell me, baladão da primeiríssima era dos Rolling Stones, tem Alejandro Escovedo nos vocais. Ele também aparece na releitura de uma balada sua, Slow down.

Com Bunezuela, fica fácil de sacar o quanto Bun inspirou muitos bateristas dos anos 1980 em diante, e o quanto as referências do Cheap Trick foram inspiradoras para o hard rock dos anos 1980 e até para o grunge e o pós-grunge. A pérola country rock Him or me, da histórica banda norte-americana Paul Revere and The Raiders, reaparece com os vocais dos irmãos Hanson – Taylor, principal vocalista do grupo, havia cantado em outro projeto de Bun, a banda bubblegum Tinted Windows. E uma preciosidade do disco é a releitura de It takes a lot to laugh, it takes a train to cry, de Bob Dylan, com Dave Pirner (Soul Asylum) nos vocais. Ouça no volume máximo.

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