Cultura Pop

Relembrando: Andy Gill, “Dispossession (single)” (1987)

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Perto da segunda metade dos anos 1980, a Gang Of Four deu um tempo nos trabalhos e o guitarrista Andy Gill foi trabalhar com outros artistas. Cuidou do primeiro (e epônimo) disco dos Red Hot Chili Peppers (1984), co-produziu o segundo disco do grupo de Los Angeles Balancing Act, Curtains (1988). Tocou também com B-52’s e Gail Ann Dorsey.

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Gill também teve um esboço de carreira solo por esses tempos. Em 1987, assinou com um selo inglês de dance music chamado Survival Records e lançou seu primeiro e único single, Dispossession. O excesso de trabalho em outras frentes acabou fazendo com que ele deixasse para lá a ideia de ter uma carreira solo de verdade, como lembra Jim Dooley no livro Red set: A history of Gang of Four.

O disquinho tinha a faixa-título em duas versões (uma menorzinha) e GenuineDispossession tinha o mesmo discurso anti-consumista de várias músicas de Gill e da Gang Of Four, com o guitarrista pregando que precisava de um carro rápido e de três cartões de crédito “para cortar minha tristeza”. Gill trabalhou com Alan Moulder (do selo Creation) nas duas músicas no Trident Studios. E, lembra ele, Jon King, vocalista da Gang Of Four, chegou a dar uma escutada no trabalho, e curtiu.

A história da Gang Of Four havia se encerrado em 1983 com o álbum Hard. Mas houve interesse pelo nome e pela carreira da banda o suficiente para motivar alguns lançamentos, como o álbum de gravações no programa do DJ John Peel, de 1986, e a coletânea A brief history of the twentieth century (1990). Em 1987, mesmo ano de Dispossession, Gill e King se reuniram e começaram a tocar uma nova formação da Gang Of Four, com contribuições de Gail Ann Dorsey (baixo) e de um rodízio de bateristas. Essa turma gravou o disco Mall (1991), o quinto deles. E com isso a carreira solo de Gill ficou parada de vez.

Gill só descobriria nos anos 2000 que teve influência fundamental no rock brasileiro (Titãs, Legião Urbana, Plebe Rude) – aliás precisou vir ao país com uma nova formação da Gang para ver isso de perto. O músico saiu de cena no dia 1º de fevereiro de 2020 e deixou um legado enorme no punk, no pós-punk e em gerações de novas bandas.

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