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Radar: Mahmundi, Alaíde Costa, Paulo Metello e outros sons novos nacionais

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O Radar de hoje, só com novidades nacionais – e agora tem Radar todo dia, a não ser que a falta de tempo impeça – tem uma característica que une boa parte das músicas escolhidas. Algumas canções escolhidas para figurar aqui não são apenas canções. São mensagens cifradas de outras épocas, sons que poderiam ter sido compostos há décadas, mas que por algum motivo escolheram nascer agora. Ouça tudo em altíssimo volume.

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MAHMUNDI, “IRREVERSÍVEL”. Depois de alguns anos no elenco da Universal Music Brasil – e de encerrar o contrato com o excelente Amor fati (2023) – Mahmundi volta à cena independente, mas bem acompanhada: Irreversível, seu novo single, sai com distribuição pela norte-americana United Masters. A faixa a reencontra em grande forma no pop adulto cool, com clima ensolarado e referências eletrônicas sofisticadas. Se tivesse sido lançada em 1988, hoje seria um flashback inesquecível.

ALAÍDE COSTA feat. VITOR ARAÚJO, “HÁ UM DEUS”. Alaíde Costa nunca parou, mas vem sendo redescoberta – com a reverência que merece – há alguns anos. Aos 89 (faz 90 em 8 de dezembro), prepara Uma estrela para Dalva, tributo a Dalva de Oliveira com produção de Thiago Marques Luiz, que sai pela Deck. O primeiro single, Há um deus (de Lupicínio Rodrigues), traz Alaíde acompanhada pelo piano quase erudito de Vitor Araújo. Sua voz, precisa e emocionada, despeja mililitros de sentimento em cada verso.

PAULO METELLO, “TARÂNTULA”. Pelo selo carioca Paranoia Musique – especializado em sons góticos – Paulo Metello lança Tarântula, um mergulho na melancolia pós-punk. A canção combina batidas eletrônicas, guitarras que lembram The Smiths, e uma atmosfera glacial que remete ao clássico Ocean rain, do Echo and The Bunnymen. A letra completa o clima, feita de introspecções, sombras e contradições bem resolvidas na melodia.

FRESNO, “DISK ME”. Eu nunca fui embora, lançado em 2023 com uma penca de colaborações (Pabllo Vittar, NX Zero, Dead Fish, Chitãozinho & Xororó), ganha edição deluxe com versões bônus em formato intimista. Entre elas, uma releitura surpreendente de Disk me, da Pabllo, que tinha sido lançada pela banda apenas em single. Se o tecnobrega pop da original já flertava com o drama do emocore, o Fresno leva a faixa definitivamente para esse território – com intensidade e delicadeza.

FAVOURITE DEALER feat. JOÃO DIEGUES, “DROWNING”. Tem surgido, por todos os cantos do Brasil, uma nova geração shoegaze – bandas que misturam o gênero a outras influências, da MPB ao noise-pop e ao grunge. O grupo curitibano Favourite Dealer faz parte desse movimento e mostra a que veio em Drowning, faixa urgente com a participação de João Diegues (Kings Of Noise). Barulhenta, melódica e cheia de textura.

GAB FERREIRA, “CARROSSEL”. Vem aí Carrossel, o primeiro álbum de Gab Ferreira, depois de duas mixtapes e um EP. A estreia chega com o single-título, em que Gab une dream pop e psicodelia, inspirada por nomes como Stereolab e Melody’s Echo Chamber. A faixa tem guitarras enevoadas, vocais com eco e versos que evocam uma alegria lisérgica e contemplativa (“sabe amor / às vezes a gente esquece de olhar pro céu”).

Foto Mahmundi: Roma Joana/Divulgação.

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