Lançamentos
Radar: Julien Baker & Torres, OK Go, Preoccupations e mais sons internacionais
O RADAR costuma pintar nos dias úteis, mas deu uma derrapada básica no calendário e chegou no sábado. Sem crise: bota o volume no talo e manda ver. Enquanto isso, a gente segue na contagem regressiva pro novo da Julien Baker com a Torres… Bora pra lista!
Foto: Julien Baker & Torres: Ebru Yildiz/Divulgação
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JULIEN BAKER & TORRES, “DIRT”. Às vezes, as coisas simplesmente têm que acontecer. Quando Julien Baker e Torres dividiram o palco pela primeira vez, em 2016, uma virou para a outra e, sem combinar, soltaram a mesma ideia: fazer um disco country juntas. Demorou quase uma década, mas Send a prayer my way chega dia 18 de abril pela Matador Records – e, pelo que já ouvimos, a espera valeu a pena. Os singles antecipam um mergulho profundo no country dolorido e introspectivo, onde as harmonias cortam fundo e a instrumentação diz tanto quanto as letras. Dirt, a faixa mais recente, entrega tudo: slide guitar, violino, uma melodia lindíssima e, claro, o encontro das vozes de Julien Baker e Torres, feito para arrepiar.
OK GO, “A STONE ONLY ROLLS DOWNHILL”. Contagem regressiva para o novo do OK Go, And the adjacent possible, 11 de abril. Cinco faixas já foram liberadas e entre elas, A stone only rolls downhill, uma espécie de indie-doo wop com jeito de sucesso sem esforço. Saiu em janeiro, ganhou um clipe excelente como de costume, mas pedimos a você para, dessa vez, deixar o hype de lado e ouvir só a música.
PREOCCUPATIONS, “BASTARDS”. Esse grupo canadense começou como Viet Cong, mas mudou de nome após críticas ao uso da referência à frente de libertação comunista do Vietnã, considerada insensível e inadequada. O novo disco Ill at Ease sai em maio, e é o primeiro pelo selo Born Losers. Bastards é um rock ruidoso, cheirando a anos 1980, falando de gente raivosa incomodada com os outros. O tipo de coisa que eles fazem muito bem.
YUNGBLUD, “HELLO HEAVEN, HELLO”. Quando o eletrorock encontra Led Zeppelin, Queen e Bowie e vira um épico: música de nove minutos, letra em clima de viagem existencial, e um clipe fantástico dirigido por Charlie Sarsfield. Dominic Richard Harrison (o próprio Yungblud) já avisou que essa faixa tem que ser ouvida na íntegra, sem cortes. “Adeus ao passado, olá para o futuro”, disse ele, definindo a canção. Grande momento.
NIÑO NUCLEAR, “VIEJOS PERDIDOS”. Noise pop e pós-punk direto da Venezuela. Esto es un verano en Estonia, novo EP, traz Viejos perdidos, faixa e clipe-manifesto sobre sonhos despedaçados em tempos de guerra e desesperança. No vídeo, a banda aparece de olhos vendados. Mensagem clara.
SIDNEY BRIDGES, “THERE’S NOTHING WRONG WITH TRUSTING PEOPLE (ACCEPTANCE THEME SONG)”. O cara diz que se inspira na coragem e na transparência de artistas como Kurt Cobain e Elliott Smith. O novo single tem pegada lo-fi, mas Sidney ficou assustado com o feedback que recebeu de alguns amigos, que disseram que a faixa é “muito polida”. Polida nada: foi tudo gravado no quarto, com direct box e bateria MIDI. Vem aí Fission, seu próximo álbum.
MESSINESS, “PREVIOUS LIFE”. Lembra da sonoridade psicodélica e indianista do Kula Shaker (banda que nunca foi nenhuma maravilha mas teve uns hits legais nos anos 1990)? Essa banda italiana tem um pouco da pegada deles, e estreia com Previous life, uma fusão de loucuras sonoras dos 60s, 80s e britpop. Batida dançante, teclados, vibrações altas. Para delirar.
WILLIE NELSON, “OH WHAT A BEAUTIFUL WORLD”. O veteraníssimo Willie, 91 anos, chega ao álbum solo de número 77 (detalhe: contando discos colaborativos, foram 154 no total). Oh what a beautiful world sai dia 25 de abril. Faixa-título de Rodney Crowell, versão de Willie tem clima de cavalgada em paisagens abertas (como na foto da capa do álbum) com Crowell dividindo os vocais. Tradição e classe.
WORLDCUB, “EXPLODING!”. A banda galesa estava tocando quando viu a TV cheia de más notícias e decidiu transformar a desgraça global em música. Guitarras explosivas, bateria sixties, cowbell marcando presença, teclados que dão a sensação de estar tudo levantando voo. Exploding! é para ouvir no talo.
LÙLÙ, “SUR LA CORDE”. Nada a ver com a cantora britânica Lulu. O Lùlù em questão é um supergrupo punk que vem da França (com acentos nas letras “u”), e é formado por veteranos da cena. O primeiro álbum sai em junho, alternando a crueza do punk cru e a melodia do power-pop. O single Sur la corde tem vocais cuspidos no estilo da banda The Kids, e energia que lembra Green Day, Rancid e Millencolin. Punk rock francês de qualidade.