Lançamentos
Radar: Indigo de Souza, Stiiill, Voodoo Pigs, Nayr Faquirá e mais sons novos
O Radar de hoje capta sons fresquinhos vindos de fora — tem gente lançando single novo, preparando álbum e até dois artistas que, se você piscar, já lançaram três discos em dois meses. Dá play aí, aumenta o volume e atualize sua playlist! (Foto: Indigo de Souza por Hannah Sommer/Divulgação)
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INDIGO DE SOUZA, “HEARTTHROB”. Precipice, quarto álbum da cantora norte-americana Indigo de Souza (que é filha do violonista brasileiro Arildo de Souza), está a caminho – sai dia 25 de julho pela Loma Vista Recordings. Heartthrob é um indie rock com cara de The Cure e Pretenders, mas com sonoridade moderninha. O assunto é bem sério e grave: a letra, que relembra histórias pessoas, é “um grito sarcástico e raivoso para todos os corpos que já foram tocados de maneiras prejudiciais”, diz. “A música é sobre controlar a raiva e transformá-la em algo poderoso e corporificado”, completa ela, que no clipe da faixa, aparece tocando o zaralho numa festa chata.
STIIILL, “IN THE STATIC”. Essa banda pós-punk britânica acaba de lançar esse novo single, repleto de bons riffs e climas densos. Tanto a faixa quanto o clipe aludem a estados bem deprês da mente, aqueles momentos em que a gente só quer dormir e a estática toma conta do nosso dia a dia e das nossas atividades – enfim, aqueles momentos em que a gente precisa mesmo é de ajuda.
VOODOO PIGS, “SUNNY DUNGEON BLUES”. Alice In Chains, Soundgarden, Melvins — mas todos afogados num caldo espesso de psicodelia e stoner rock – com direito a guitarras sombrias que parecem aquecer o/a ouvinte numa caverna. É assim que soa esse (excelente) grupo do Texas, que lançou recentemente o EP Flashes. A faixa Sunny dungeon blues une tudo isso aí com algo que, lá de longe, lembra um Depeche Mode de péssimo humor e com drive nos vocais – só que logo logo a música começa a fazer jus ao título e ganha ares de blues desolado e misantrópico.
NAYR FAQUIRÁ, “BRINDE”. Quem acompanha o Radar já sabe: temos uma queda pelo rock português. Mas o pop vindo de lá também tem seu espaço por aqui. É o caso de Nayr Faquirá, cantora, produtora e compositora luso-moçambicana, que prepara para dia 23 de maio seu álbum de estreia, Entrelinhas. Ela chega ao Pop Fantasma com Brinde, uma faixa direta e poderosa sobre mulheres que enfrentam abuso físico, gaslighting e silenciamento. O clipe, realista e impactante, joga luz sobre uma realidade que, infelizmente, se repete tanto em Portugal quanto no Brasil – e em todo o mundo.
MESSINESS, “FEATURE WITH A RAPPER”. No fim do ano sai o primeiro álbum desse grupo indie-psicodélico, que une rock, krautrock, hip hop, lisergia, escalas arábicas e ciganas, e coisas que lembram a turma de Madchester, nos anos 1980/1990. O hipnótico single novo fala das frustrações com o mercado da música, e com o que os intelectuais dos anos 1970 costumavam chamar de “máquina” – ou seja, a voracidade do sistema com algoritmos, lucro rápido e visibilidade a qualquer custo. “Em uma era em que a visibilidade é moeda corrente, aqueles sem capital prévio são funcionalmente inexistentes”, diz Max Raffa, líder do projeto.
ROSETTA WEST, “CIRCLE OF DOUBT”. Agora sim! A misteriosa banda norte-americana Rosetta West, já bastante comentada aqui no Pop Fantasma, fez uma capa bem bacana de single – e como o que interessa é a música, lá vem eles com uma espécie de folk demoníaco e sombrio, quase uma mescla de stoner rock e darkwave, se é que isso é possível. Como o Rosetta lança vários discos, com pouco tempo de diferença, podemos imaginar que vem coisa nova aí. Ou não?
STEVE LIEBERMAN, “I’M NOT GOOD ENOUGH 45/84 (ENTR’ACTE #195)”. Conhecido como “The Gangsta Rabbi”, esse músico norte-americano radicalmente experimental largou o apelido por alguns instantes para dar uma zoada com luva de pelica em seus críticos com esse single de seis minutos, que lembra uma mescla de Ramones, Suicide, Shaggs e Velvet Underground – ou seja, tudo de bom. A música é a faixa-título de um EP lançado por ele em 16 de abril – e, sim, ele vem lançando quase um disco por mês faz um tempinho. “Fiquei enojado com toda a negatividade que recebi dos críticos em meus 35 anos de carreira. Vou me vingar deles com essa música. Por favor, aproveite”, avisa. Um som para arrumar encrenca com os vizinhos (e já falamos de Steve aqui).
SOMBERCASCADE, “ALONE”. Esse grupo extremamente experimental e sombrio vindo dos Estados Unidos já tem três álbuns e um single lançados, e tem músicas ambient, cruas e (às vezes) amedrontadoras. A caixinha de música que abre o novo single, Lilian’s, dá espaço a um teclado que apita de forma vertiginosa.