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Radar: Drugdealer e Weyes Blood, Indigo de Souza, Water From Your Eyes, Astra Vaga – e mais

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Viver só de arte – várias bandas que estão em começo de carreira sonham com isso (e tem muita banda experiente que também recorre a outros jobs pra pagar as contas, normal). Hoje no Radar internacional tem uma banda de Portugal, o Astra Vaga, que surgiu dessa necessidade de viver a música 24 horas por dia. E tem uma turma na nossa lista de hoje que encara o dia a dia entre estúdios e palcos na maior intensidade – a dupla Drugdealer e Weyes Blood, Indigo de Souza, etc – e leva isso para suas músicas, clipes e performances. Ouça, leia e veja.

Texto: Ricardo Schott – Foto: Divulgação (Drugdealer e Weyes Blood)

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DRUGDEALER feat WEYES BLOOD, “REAL THING”. Tem coisa nova (e retrô na medida certa) no universo do pop barroco de Michael Collins, mais conhecido como Drugdealer. A nova faixa Real thing, com os vocais de Natalie Mering (que usa o codinome Weyes Blood, e com quem ele já havia feito outras músicas), é puro encanto setentista: tem ecos de Carpenters, e é pop com alma de jazz, baixo dançante e sax envolvente.

Real thing nasceu de sessões de Michael com o produtor parisiense Max Baby no estúdio de um dos membros da banda progressiva. O resultado é suave, nostálgico e feito com afeto. Uma joia pop que parece saída de um especial de TV de 1978 – e que já tem até clipe, dirigido por James Manson. E Natalie Mering/Weyes Blood, mais uma vez, encanta com seus vocais – mas isso já era de se esperar…

WATER FROM YOUR EYES, “LIFE SIGNS”. A TV dos anos 1990, com seus comerciais “ligue djá”, seus telejornais cheios de letreiros passando pela tela, sitcoms e talk shows, é a fonte de inspiração para o novo clipe do Water From Your Eyes. Rachel Brown e Nate Amos, os dois do WFYE, unem tédio, vazio, sátira, ritmos quebrados (numa abordagem mais pro pós-punk que pro pós-hardcore), vocais doces e guitarras ruidosas, numa canção que anuncia o próximo álbum, It’s a beautiful place, agendado para agosto. Um disco que, explicam-confundem eles, será “sobre tempo, dinossauros e espaço”.

INDIGO DE SOUZA, “CRYING OVER NOTHING”. “Essa música é sobre uma dor que transcende a razão. Uma dor que persegue aonde quer que você vá ou o quanto tente apagá-la. Uma dor que vem de memórias que você não consegue apagar e de um amor que você não consegue desfazer. É sobre uma perda que não tem fim”, conta Indigo de Souza sobre seu novo single, Crying over nothing – mais uma música que adianta o próximo álbum da cantora, Precipice, que sai dia 25 de julho. Canção e clipe são bastante felizinhos, apesar da letra ser bastante melancólica.

SUNGAZE, “SHADOWS”. Apesar de ter o clima enevoado do shoegaze como uma de suas referências, o nome desse grupo chega a soar como uma paródia do estilo – só uma ironia diante do clima cabisbaixo do gênero musical. O Sungaze deixa entrar também muitas influências de emo, grunge e até country, e no novo single, o grupo liderado pela dupla Ian Hilvert e Ivory Snow libera espaço para vários tipos de energias – a letra da nova faixa fala sobre o bom e velho equilíbrio entre bem e mal que todos nós vivemos no dia a dia.

PLANET OPAL, “CONNECTION OVERDRIVE”. Não chega a ser um synthpop, mas o som dessa banda italiana experimental é bstante robótico: o Planet Opal se dedica a sons balançados adiante por um clima que lembra bastante o krautrock, e também a dance-punk de bandas como Gang Of Four. Connection overdrive tem até algo de disco music – e em alguns momentos, parece com uma canção punk produzida por Giorgio Moroder. O álbum Recreate patterns, Release energy já está entre nós desde o começo de maio e é som novo, de verdade.

EMPTYSET, “ANTUMBRA”. Essa dupla britânica de música eletrônica trabalha de forma bastante experimental, a ponto de quase ser possível enxergar os sons que eles tiram nas músicas. Algumas canções soam tão esféricas quanto a foto da capa de Dissever, o novo álbum. Já o single Antumbra consiste em uma só nota, no teclado, sendo distorcida de diferentes modos – chegando a parecer uma varrição de vento e areia no deserto. Detalhe: tudo é feito ao vivo e com o uso de equipamento vintage – como se a história do gênero musical fosse repassada.

ASTRA VAGA, “LAMENTO”. Depois de anos no corre entre escritório e estúdio, o português Pedro Ledo (ex-The Miami Flu) larga o inglês e a vida dupla pra lançar seu projeto solo em seu idioma, o Astra Vaga. O primeiro single, Lamento, já tá no ar com clipe e tudo, misturando pós-punk, dream pop e um climão nostálgico noventista. Um som urgente, cheio de contraste, feito pra quem vive entre o mundo real, e a vontade de jogar tudo pro alto e viver de arte. E no qual Pedro fala do que vive: “Tenho sentido, com cada vez mais força, que se não tentar agora viver de forma diferente, talvez nunca venha a descobrir o que é realmente viver da arte”, diz.

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