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Radar: A Olívia, Marcela Lucatelli, Mateus Fazeno Rock, Andre L. R. Mendes, Diablo Angel, Humberto Gessinger, Marcelo Duani

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Radar nacional de volta nesta segunda e lá estamos nós sofrendo para dar conta de tanta música boa que anda saindo – tanto que muita coisa atrasa, às vezes atrasa BASTANTE, mas sai. Estamos na expectativa de muitos álbuns legais que estão para sair, como os próximos discos da banda A Olívia e de Mateus Fazendo Rock. Mas tem artista divulgando seus singles e álbuns já lançados com clipes, compactinhos lançados entre um álbum e outro… Muitas estratégias diferentes de lançamento. Vá sem medo e faça suas playlists.

Texto: Ricardo Schott – Foto: Divulgação (A Olívia)

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A OLÍVIA, “INSUSTENTÁVEL”. Preparando o álbum Obrigado por perguntar (“o maior projeto da carreira da banda”, como afirmam) que sai em julho, os paulistanos do A Olívia lançam o novo single, um rock com argamassa pop que demorou quase dez anos para ficar pronto. A banda começou a fazer Insustentável em 2016, e a música mudou tanto de lá para cá que, eles contam, nem se parece com o tema original no qual trabalharam inicialmente. “Isso pra mim diz muito sobre a mensagem que a música passa: nós precisamos ser a nossa própria mudança, mesmo que o cenário seja Insustentável”, diz o cantor do A Olívia, Louis Vidall.

MARCELA LUCATELLI, “ANTICIVILIZADOR”. “Não é uma música para consolar. É para instigar”, diz Marcela Lucatelli, que transformou em clipe – dirigido e roteirizado por ela própria – uma das faixas de seu álbum lançado no ano passado, Coisa má. A faixa e o clipe são repletos de quebrações rítmicas, vocais performáticos e danças ritualísticas, num trabalho que é tão artístico quanto político – afinal, Anticivilizador é um canção sobre observar as ruínas, juntar o que sobra e seguir em frente, apesar de tudo. Um típico ritual de sobrevivência na selva do dia a dia.

MATEUS FAZENO ROCK, “ARTE MATA”. Se você já viu o clipe de Arte mata, faixa nova de Mateus Fazeno Rock, já sabe: não é só música nem clipe – é denúncia, é pixação, é aviso, é quase cinema novo, com Mateus declamando a letra e tocando guitarra, numa sonoridade próxima do post-rock, e cheia de brasilidade no arranjo e na melodia.

Na letra, Mateus oferece um retrato amargo e realista da arte da sobrevivência, num país cuja história é repleta de injustiças e golpes. “Quero ser o verso poderoso de quem poderia segurar a bandeira, mas tá sem forças. Aquele que caiu, mas vai se levantar. Aquela que falhou, mas vai tentar de novo”, afirma. No final, completa: “Brasil mata. Ou morre o sonho, ou morre o sonhadouro”.

ANDRE L. R. MENDES, “MEDO DE AVIÃO III”. Existem três canções que se chamam Cotidiano. A primeira é de Chico Buarque, a segunda, Cotidiano nº 2, de Toquinho e Vinicius de Moraes (a do “mas não tem nada não / tenho o meu violão”, lembra?), e a terceira, Cotidiano nº 3, feita por Odair José – cada uma enxergando o tédio do dia a dia a seu modo. Sabendo que Belchior tinha feito uma Medo de avião e uma Medo de avião II, o baiano Andre L. R. Mendes decidiu batizar sua canção sobre fobia de voar como… Medo de avião III.

Ele conta que nem fez a música pensando nisso, foi uma ideia que surgiu depois – e que, na verdade, o ponto de partida para continuar as canções de Belchior foi ter descoberto a existência de uma Sem você (de Tom Jobim e Vinicius de Moraes) e uma Sem você nº2 (de Chico Buarque). O resultado é uma balada romântica folk sobre alguém que vai encontrar seu amor lá longe, mesmo detestando voar. Tudo no faça-você-mesmo – André gravou, produziu, fez a capa do single e até um clipe.

DIABLO ANGEL feat TOCA OGAN, “SOBREVOO”. Com participação de Toca Ogan (Nação Zumbi), o novo single da banda pernambucana Diablo Angel cruza sonoridades e territórios, com uma letra que narra um voo de Caruaru ao Rio, passando por Fortaleza e Bahia, até chegar a Recife. Musicalmente, é uma boa mistura, que inclui percussões brasileiras (agogô, conga, berimbau), clima indie-pop que aponta para a disco music com guitarras, e vocal rasgado, feito pela guitarrista Kira Aderne, que lembra o rock nacional dos anos 1980.

Esse é o primeiro dos dois singles que a banda lança com convidados. No dia 13 de junho, o grupo lança uma releitura pop e eletrônica de A feira de Caruaru, hit de Luiz Gonzaga, com participação do autor da canção, o veterano Onildo Almeida. No mesmo dia, a banda divide o palco com ele, num show especial da programação oficial do São João de Caruaru, promovendo uma união atualizada de rock e sons nordestinos.

HUMBERTO GESSINGER, “SEM PIADA NEM TEXTÃO”. “Escrevi essa música para falar da busca de serenidade e simplicidade nos tempos nervosos em que vivemos. A ansiedade que está no ar às vezes se fantasia de humor grosseiro, às vezes de puritanismo estéril. Sempre vários tons acima”, diz Humberto, cujo single novo é uma das duas músicas inéditas do álbum ao vivo Revendo o que nunca foi visto, marcado para sair dia 27 de junho (a outra é Paraibah, parceria com Chico Cesar). A faixa é uma canção com herança dos anos 1960 – só que relido pela estética folk oitentista – gravada ao lado de Adal Fonseca (bateria), Luciano Granja (guitarra) e Lúcio Dorfman (teclados), integrantes da formação dos Engenheiros do Hawaii que gravou álbuns como Minuano (1997). E o clipe da faixa é uma animação feita pelo artista Vini Albernaz em cima de vídeos pré-gravados pelo próprio Humberto

MARCELO DUANI feat GRAZI MEDORI, “LUA AREIA”. Você já dançou muito ao som desse cara, em várias situações – além da carreira solo, ele tocou no Forróçacana, na Orquestra Imperial, escreveu canções com Seu Jorge, Marcelo D2, Rogê, Mariana Aydar, Letieres Leite, Gabriel Moura, Rael… e produziu e tocou com um número considerável de artistas dos quais provavelmente você tem um disco em casa. Preparando o quarto disco solo ainda para 2025, ele junta sua voz ao registro gracioso de Grazi Medori num samba lento, praieiro e elegante, Lua areia. Se Wilson Simonal estivesse por aqui, gravaria essa.

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