Cultura Pop
Quando um programa de TV bem que tentou reunir o Frankie Goes to Hollywood (e os Smiths!)
Quem andou voltando de levinho foi nada menos que o safadíssimo Frankie Goes to Hollywood. O grupo fez uma apresentação especial, a primeira em 36 anos, no dia 7 de maio, como parte dos shows de abertura do Festival Eurovision. A banda de Liverpool estava com a formação que lançou todos os hits (o quinteto Holly Johnson, Paul Rutherford, Mark O’Toole, Brian Nash e Peter Gill) e optou por cantar o hit Welcome to the pleasuredome (1985).
O grupo finalmente estava completo na tal apresentação, realizando o sonho de vários fãs da antiga. O que uma turma enorme deve lembrar é que esse sonho esteve perto de ser realizado em 2004, quando o canal VH1 resolveu levar ao ar o programa Bands reunited, cujo objetivo era tentar reunir bandas conhecidas (algumas delas brigadíssimas) para novos shows em Londres ou Los Angeles. Nos dezenove episódios, o programa acompanhou as tentativas de reunião de bandas como o Vixen, o ABC, The Beat, o Klymaxx, New Kids On The Block, o Squeeze e várias outras – algumas delas, você sabe, voltaram depois e estão aí até hoje.
O Bands reunited tava longe de ser uma atração tranquila – até porque a premissa não era que os artistas fossem abordados de maneira bacana, com um papo entre empresários e executivos, etc. A graça (e a espetacularização da coisa toda) estaria justamente em pegar os músicos na porta de casa, ou abordá-los em camarins de shows, de surpresa, e de maneira bastante atabalhoada. Mark O’Toole, baixista do FGTH, disse ter tido sua casa “invadida por uma equipe de filmagem de 12 homens em sua porta, sem aviso prévio, sem convite e uma surpresa total”. Kurt Harland, vocalista do Information Society, reclamou das abordagens da equipe e da pesquisa mal feita, e não topou participar.
Teve mais: o Extreme participou de um episódio mas não houve reunião – o guitarrista Nuno Bettencourt nem sequer quis conversa. A ideia de reunir o Generation X terminou com o apresentador Aamer Haleem e a turma do programa presos no quintal do cantor Billy Idol (depois foi todo mundo solto, claro). A equipe sonhava alto: houve a ideia de reunir os Smiths, mas o vocalista Morrissey foi abordado antes de um show e não deu papo pra ninguém. Claro que essas abordagens relâmpago faziam o programa receber uma saraivada de críticas.
No caso do Frankie Goes To Hollywood, a reunião nem sequer chegou a acontecer: Holly Johnson não quis participar e a banda se apresentaria apenas em quarteto, e não rolou. O programa está no YouTube, mas sem legendas nem em inglês.
Não houve episódio dos Smiths, mas a tentativa de abordar Morrissey virou um “falha nossa” do programa.
Lembra da banda galesa The Alarm? Houve também um programa com eles. O grupo se reuniu e tocou os hits Sixty eight guns e Blaze of glory. Em 2006 a banda voltou de verdade, com formação modificada, e lançou o disco Under attack.
E voltando ao FGTH, mais novidades da banda: a história deles vai virar filme musical, justamente com o nome de Relax – a canção do grupo que a BBC baniu assim que foi lançada, por causa do conteúdo lascivo (eita) da letra, antes de chegar ao topo das paradas e por lá ficar por cinco semanas. Holly Johnson, o vocalista, vai ser interpretado por Callum Scott Howells, da banda It’s A Sin, e o texto vai ser inspirado nas memórias do cantor, publicadas no livro A bone in my flute.
A ideia é contar a história de Relax, e o roteirista-chefe, Bernard Rose, diz que o filme conta a história como “desempregados que transformam-se reis do pop”. Quanto a uma reunião da banda para turnê e músicas novas, nada certo ainda.