Cultura Pop

Quando James Taylor deu heroína para John Lennon

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James Taylor passou vários anos usando heroína. Começou inclusive numa época em que ela ainda estava começando a virar uma das principais drogas do universo da música pop, mas só foi largar o pó marrom de verdade nos anos 1980, pouco antes de vir ao Rock In Rio.

Com um histórico de vida complicado que incluiu internação com depressão aos 16 anos e relacionamento bizarro com um pai alcoólatra, ele decidiu se dedicar apenas à música quando descobriu que o fundo destinado à sua formação universitária havia sido gasto com sua temporada no hospital. Montou uma banda chamada Flying Machine, descobriu a heroína e se tornou um dos primeiros grandes nomes do pop agridoce do fim dos anos 1960.

No fim de 1968, ele decidiu ir para Londres após um amigo lhe dar o telefone de Peter Asher, irmão da então namorada de McCartney, Jane Asher. Peter era caça talentos da Apple, gravadora dos Beatles, e decidiu apresentar James à banda. Numa época em que a Apple já não era mais uma excelente ideia e estava virando uma sangria de grana gerida por métodos avacalhados, George Harrison e Paul McCartney ouviram o som de James e decidiram gravar o primeiro LP dele.

James Taylor, o disco de estreia, saiu em dezembro de 1968, trazia canções como Something in the way she moves (Harrison curtiu tanto essa que chupou a frase-título para seu hit Something), Knocking round the zoo e Carolina on my mind e… não fez sucesso nenhum, até porque a Apple estava já fazendo água.

Taylor, que está lançando uma autobiografia no formato audiobook, bateu um papo com o The Guardian e revelou que chegou na vida dos Beatles quando a banda gravava o Álbum branco, nos estúdios da EMI. Taylor chegava às vezes no estúdio e conseguia ver os Beatles mexendo em alguma coisa do disco, discutindo na sala de gravação. Chegou a sair com ele e a estar próximo deles. E lembra de ter dado opiáceos (heroína, enfim) para John. “Eu fui uma má influência por estar perto dos Beatles naquela época também”, revelou ao The Guardian.

Será que James apresentou a heroína para Lennon, justamente no ano em que ele se viciou na droga e ajudou a provocar a dissolução dos Beatles? Taylor não faz ideia. De qualquer jeito, tanto o relacionamento dele quanto o de Lennon com a droga duraram mais alguns anos, com direito a Taylor dando alguns sumiços e retornando dois ou três anos depois (antes de vir ao Rock In Rio, estava havia três anos sem entrar em estúdio). Taylor logo sairia da Apple e iria para a Warner. E viraria uma das estrelas do universo pop que moravam em Laurel Canyon, em Los Angeles, e iniciaria um namoro – que viraria uma sólida amizade – com Joni Mitchell. Foi aí que surgiu um dos momentos mais interessantes e memoráveis do rock dos anos 1970.

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