Cultura Pop
Quando Charly García pulou da janela do hotel
No comecinho do ano 2000, o cantor argentino Charly García deu um salto do quarto no nono andar do Hotel Aconcágua, em Mendoza. Mas escapou ileso e foi parar direto na piscina do local – depois de ter assustado todo mundo. O pulo do cantor apareceu em alguns telejornais e foi gravado em vídeo (!) do começo ao fim. No final, García aparece na piscina, tranquilão, dando entrevistas e cercado de repórteres.
A história já foi contada até mesmo num livro, El día que Charly saltó (y otras crónicas salvajes del rock), de Carlos Polimeni. Em março de 2000, Charly havia ido lá para dividir o palco com Nito Mestre e Mercedes Sosa, num show gratuito para mais de 30 mil pessoas, no estádio Malvinas Argentinas.
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Num pub após o show, Charly teria tido uma discussão com uma fã que reclamou de um pedido de música que ela não teria atendido, e rolou uma briga. No dia seguinte, às 8h, foi levado à força para o tribunal e preso, com direito a um comissário lhe dizendo que era “apenas mais um cidadão, uma pessoa comum”. Rolaram várias brigas na delegacia, Charly respondeu que “não era uma pessoa comum, era um gênio” e voltou ao hotel.
Matérias publicadas na época davam conta de que no hotel Aconcágua estavam acontecendo duas coisas: 1) havia policiais querendo interrogar Charly; 2) no hotel estava rolando uma coletiva do Ministro do Trabalho, Alberto Flamarique, e o local estava lotado de repórteres. Charly resolveu dar o tal pulo no hotel. Dito e feito: assim que souberam que Charly havia se jogado, correram para a piscina.
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A história entrou para o rol enorme de outras histórias da vida de García. Em 2018, numa entrevista dada por ele para a cantora Julieta Venegas, num documentário, o cantor disse que resolveu se jogar para a piscina porque estava sendo perseguido pelos policiais. “Você sabe por que eu me joguei? Porque a polícia estava me perseguindo. Tinha um policial lá embaixo e ele não veio me dizer ‘ehhh, não atire’, então eu me joguei”, disse.
O final da história é inacreditável e engraçadíssimo. “Quando o policial finalmente apareceu, ele me disse ‘sou da polícia’. E eu respondi: ‘Que culpa eu tenho se você não estudou?’. Eu me diverti muito. Além disso, aquele salto não doeu em nada”, disse.