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Pop Fantasma Exclusivo: Bel Medula, “Samambaia” (single/clipe)
Bel Medula é um projeto de synth pop repleto de misturas musicais, dividido pela multiartista gaúcha Isabel Nogueira com o músico, produtor e sound designer Luciano Zanatta, o LucZan. A dupla já tem cinco álbuns de estúdio e, prestes a lançar o sexto disco, A dança do caos, solta nesta sexta (29) o single Samambaia, que o Pop Fantasma apresenta com exclusividade.
Unindo influências brasileiras e pop sintetizado, a faixa ganhou um clipe dirigido por Gabriel Celestino e Douglas Jung. E o tema da faixa não poderia ser mais atual: as porradas e altos e baixos da vida, em versos como “as coisas não são pra sempre, a vida não é pra sempre”. Isabel, autora da letra, conta que falar sobre esse tipo de assunto (que é de fácil identificação, diga-se – quantas vezes você já não se pegou pensando nisso?) tem dois lados diferentes: serve tanto para acalmar ou quanto para dar aquela chamada de atenção.
“Serve para dizer: vai, a hora é agora! E serve também para questionar: tu tá realmente sendo fiel aos teus sonhos e às coisas que tu acredita? A canção veio de um sentimento de divisor de águas, de consciência do momento, de perceber que a passagem do tempo é inevitável e que a impermanência é a única certeza”, conta. “A sensação foi de olhar pra trás e pensar, com certa tranquilidade: bora fazer o que eu sei fazer e o que me encanta, o que eu sou é suficiente pra hoje, tudo é pra agora, e nada é pra já. No passo do tempo, a questão é inventar um jeito de dançar nosso próprio caos”.
Não por acaso, a situação do país nos últimos anos (“por conta da pandemia, do governo e da situação da cultura”) serviram de inspiração para a música – misturadas com situações pessoais que tiveram ligação direta com isso. “Não poder fazer shows e estar no mesmo ambiente das pessoas para compor trouxe uma vivência muito diferente, muitas vezes angustiante, mas trouxe ao mesmo tempo uma certeza de que as coisas importantes se mostram em sua essência nestes momentos difíceis”, conta ela.
“Além do duo, a gente trabalha com formação de jovens musicistas (somos professores do curso de música da UFRGS). Nesse papel, acompanhamos de perto as dúvidas e incertezas de muita gente, e pensamos em trazer uma perspectiva de prosseguir, de pensar que existe vida pós perrengue”, completa Isabel, afirmando que no duo, as funções vão sempre mudando, com cada um fazendo música e letra, e terminando as canções do outro.
“A gente conversa muito sobre todo o processo, e a criação é diária. As músicas nascem da observação das coisas do cotidiano, da prática de improvisar, da escuta, do exercício da poesia e da escrita, das vivências na universidade, nos shows, em casa e no terreiro. Nós dois tocamos instrumentos e produzimos as gravações, então o nosso processo criativo acontece desde a criação das letras e melodias até as escolhas de produção e mixagem”, conta.
A dança do caos, o disco que vem por aí, ganha mais uma vez a produção de João Milet Meirelles (BaianaSystem). “Considero que é o trabalho no qual conseguimos trazer de forma mais precisa os elementos que são importantes para nós, tanto nas letras como nos timbres e arranjos; e por isto ele é também a inauguração de uma nova fase de produção”, antecipa Isabel. “O disco tem algumas canções de bailinho, tipo Samambaia, mas tem uns climas mais pesados também. Umas batidas tecno, umas guitarras punk, uns grooves pegados. As letras variam entre solares, como Samambaia – tem até canção de amor!-, e outras mais noturnas, que abordam temas como angústias e incertezas”.
E tá aí o clipe!