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POP FANTASMA apresenta Sample Hate, “Love paradox”

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Formado pelos músicos e produtores potiguares Artur Porpino e Dante Augusto, o Sample Hate é uma dupla indie, a meio caminho do rock e do eletrônico, e que consegue ser experimental e pop ao mesmo tempo. Por mais que a frase “isso rolaria bem no rádio” soe vaga, é o que se pode dizer de Love paradox e Hope it rains, os mais novos singles: lembram uma época rara, no começo dos anos 2000, em que rádios estavam atentas tanto a novidades pop quanto a coisas um tanto mais indies.

“O pop contempla nossa formação estética, as experiências de muita coisa que ouvimos – que acabam naturalmente se replicando no nosso ‘sotaque musical’. E o experimental sacia a vontade de testar novas formas de compor, arranjar e gravar; como mesclar baterias eletrônicas e acústicas, violões e synth bass”, contar Porpino. “Ou gravar guitarra com o amplificador em um cômodo separado para captar o reverb próprio da sala. Fazer a gravação passar por equipamentos analógicos. E mixar utilizando apenas a mesa de som, fugindo da tendência cada vez mais digital nesses processos”, afirma.

EP NO BANDCAMP

A dupla começou a trabalhar junta em 2019 e teve um ano cheio em 2020, com cinco singles lançados. Todos foram reunidos num só EP, Beautiful, que está no Bandcamp do Sample Hate. “Ironicamente a gente estreou em 2020, no meio desse turbilhão que assolou o mundo inteiro. A gente começou a compor em 2019, mas não existia oficialmente”, recorda Porpino, que por causa do isolamento, nem sequer pensa na hipótese de shows por enquanto. O mundo virtual é o foco da dupla.

“Mas a gente anda acompanhando as estatísticas das plataformas de streaming, e existem algumas almas espalhadas pelo mundo que escutam nosso som. Não sei ao certo se o fato de cantar em inglês ajuda nisso. Ah, e se vale de spoiler, estamos compondo algumas coisas em português. Vai chegar a hora de jogar isso no mundo”, conta ele, dizendo que a pandemia e o isolamento inspiraram bastante a dupla.

“Em outros tempos parecia mais fácil fugir de determinados assuntos ou angústias. A pandemia foi momento de se encontrar, ou ao menos perceber que estávamos perdidos. Acho que muitas das nossas letras são desabafos e formas de processar a realidade, algo que nos ajuda a compreender melhor nossos sentimentos”, afirma. Já Hope it rains, a música nova, veio de um improvável período de chuvas em Natal, capital bastante ensolarada.

EM DUPLA

Os dois músicos já se conhecem há bastante tempo da cena musical underground de Natal, e tocaram em bandas como o Fukai. O Sample Hate veio justamente de um período em que Artur Porpino e Dante Augusto começaram a compor juntos e viram que o novo material não se parecia com a banda na qual tocavam. Os dois tocam de tudo um pouco e não há uma divisão clara de quem toca o que – e volta e meia comparecem convidados.

“As vozes são divididas quase por igual, embora ultimamente eu tenha ficado mais com as principais e Dante com os backing vocals. Quando a bateria é programada eletronicamente, Dante faz a função. Os violões, as percussões, as baterias acústicas e em pads ficam comigo”, conta Porpino, que fica com as guitarras com pegada mais bossa-neosoul (que aparecem bastante no novo single), enquanto Dante se responsabiliza por solos “mais loucos, fuzz, efeitos e riffs”.

“Além disso, ele faz quase tudo que tem de synths – synth bass, harmonias e temas – e eu faço a maioria dos baixos elétricos. Nas primeiras composições, contribuíamos quase por igual a concepção: composição, harmonia, melodia.  Mas ultimamente, eu tenho ficado com essa primeira parte, a mais orgânica, e a execução em estúdio. Dante tem ficado com a responsabilidade técnica/tecnológica de processar o som”, conta.

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