Cinema
Batemos um papo com Geezer Butler, do Black Sabbath
O Black Sabbath fez o caminho de volta ao realizar sua última turnê, a The end, entre 2016 e 2017. Terminaram tudo com um show no lugar onde a banda nasceu, Birmingham, na Inglaterra, em 4 de fevereiro. Ozzy Osbourne (vocais), Tony Iommi (guitarra) e Geezer Butler (baixo) fecharam a tampa tocando o hit Paranoid e deixaram os fãs emocionados. Quem não pôde estar lá, daria tudo para estar – tanto que muita gente compartilhou nas redes sociais os vídeos da noite, feitos por fãs.
Batemos um papinho com Geezer Butler (esse senhor da foto) por e-mail e ele fala um pouco sobre como surgiu a ideia de fazer o filme. Conta que a banda pode ser até que, em algum momento, se reúna para mais shows (“mas acho difícil”, diz). E o músico, autor de várias letras da banda, afirma pensa em lançar um livro em 2018 contando sua história no Sabbath. Natural: Ozzy já disse que sempre que encontra Butler “ele está com o nariz enfiado em algum livro”.
(o material desse papo é o bruto de uma matéria minha que sai no jornal O Dia).
Como é que surgiu a ideia de fazer esse filme? Bom, como era o último show, queríamos que o maior número possível de pessoas pudesse assisti-lo. E a melhor maneira de fazer isso era ter o show filmado. Já que não faremos mais turnês, esse será o único jeito de ver o Sabbath no futuro.
Qual a parte mais impressionante do filme, pra você? O elo de ligação entre a banda e a plateia. Temos os melhores fãs do mundo. E eles botam a gente pra fazer sempre o melhor para eles.
E como você se sentiu fazendo o último show da banda justamente em Birmingham? Bem, era o lugar em que tínhamos que fazer nosso último show. E era o lugar que traria o ciclo completo pra nós.
Como é a cidade hoje e como você se sente ao compará-la com o lugar que conheceu quando era garoto? Hoje Birmingham é uma cidade muito moderna, multi-cultural, com o melhor time de futebol da Europa, o Aston Villa. Quando eu cresci por lá, havia prédios e lugares bombardeados, um monte deles, ainda abandonados por causa da Segunda Guerra Mundial. A cidade foi gradualmente se reinventando, hoje é bem mais avançada. Tem boas universidades, restaurantes, shopping centers, um sistema moderno de transportes.
E você diria que a cidade tem orgulho da banda? Sim, lá tem até uma calçada da fama com nossos nomes e uma turnê de lugares importantes pelos quais a banda passou por lá.
Tony Iommi falou algo a respeito de que a banda pode fazer shows esporádicos no futuro. E aí, foi realmente o fim? Olha, tem sempre essa possibilidade, de um show ou outro, de uma aparição num festival. Mas eu acho difícil, tenho muitas dúvidas de que irá acontecer. Eu estou realmente feliz em deixar as coisas como elas estão, de ter terminado com chave de ouro.
Ozzy definiu seu tempo no Black Sabbath como “a mais incrível aventura”. E como Geezer Butler define sua vida na banda? Um monte de altos e baixos, mas sim, foi uma grande aventura.
O que você pode adiantar pra gente da sua carreira solo e de novos projetos? Algo em vista? Pode ter um disco novo em 2018, depende do quanto eu ficar satisfeito com o que eu estou escrevendo. Quem sabe um livro sobre minha “aventura”, também.
Fotos: Divulgação/Ross Halfin
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