Crítica

Ouvimos: Willie Nelson, “Oh what a beautiful world”

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O mundo que Willie Nelson apresenta para seus fãs em seu 77º (!) disco individual, Oh what a beautiful world, é belo, cheio de recordações, e pleno de visões do futuro – e vale dizer que desde o dia 29 de abril, ele é um homem de 92 anos e um dos artistas mais idosos em atividade no mundo. No álbum novo, o discurso de esperança, de resiliência e do amor como elevação espiritual ocupa boa parte as faixas, como na música-título, na abertura com What kind of love, na estileira lembrando Kenny Rogers de Making memories of us e nas cicatrizes de Open season on my heart (“transformando dores em arte / temporada de caça ao meu coração”, diz a letra).

Tem um conceito no álbum: o repertório traz Willie revisitando as músicas de outro countryman clássico, Rodney Cronwell. Um sujeito quase vinte anos mais novo que ele, surgido no mercado em tempos de renovação do country (no fim dos anos 1970), e cujo som tem fronteiras com estilos como rock e blues em vários momentos – Rodney inclusive surge fazendo o estilo caipira new wave, com terno e gravata, na capa de seu segundo álbum, But what will the neighbors think (1980).

Em vários momentos do disco, Willie Nelson surge como na capa de Oh what a beautiful world – cavalgando e de olho em algum horizonte, como nas aventuras de The fly boy & the kid, nas recordações históricas de Bands of the old Bandera e no elogio às coisas velhas e feitas para durar de Stuff that works. A curiosidade são os flertes com o folk setentista (Forty miles from nowhere), com o easy listening (Shame on the moon) e com o rock-jazz-blues de cabaré (She’s back in town, que lembra as investidas night club de Neil Young no fim dos anos 1980). Beleza pura.

Nota: 8
Gravadora: Sony Music
Lançamento: 25 de abril de 2025.

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