Crítica
Ouvimos: Tygers Of Pan Tang, “Bloodlines”
- Formado em 1978 em Whitley Bay, Inglaterra, o Tygers Of Pan Tang é tão new wave of british heavy metal quanto o Iron Maiden. Passou por selos como a independente Neat e a MCA e fez sucesso com álbuns como a estreia Wild cat, de 1980. Bloodlines é o décimo-terceiro da banda. E sai em CD (em CD!) no Brasil pela Wikimetal.
- O disco foi produzido pelo dinamarquês Tue Madsen (The Haunted, Moonspell, Sick Of It All). Atualmente a banda tem na formação o fundador Robb Weir (guitarra, backing vocals), Craig Ellis (bateria, percussão, backing vocals), Jacopo “Jack” Meille (vocal), Francesco Marras (guitarra) e Huw Holding (baixo).
- Como costuma acontecer com bandas veteranas de metal, existe uma versão paralela do Tygers Of Pan Tang circulando por aí, liderada pelo ex-vocalista Jess Cox.
Das bandas da nova onda oitentista do metal da Inglaterra, o Tygers Of Pan Tang é ate hoje uma das menos lembradas, embora esteja até hoje na ativa e grave com regularidade. Álbuns como Wild cat (1980) e Spellbound (1981) levaram a banda para um lado mais biker, bandoleiro, bem diferente do som de grupos como Iron Maiden e Saxon.
As mudanças na formação foram constantes, tornando o Tygers um grande fornecedor de músicos para outras formações (John Sykes, um dos primeiros guitarristas, foi parar em grupos como Thin Lizzy e Whitesnake). Álbuns um tanto repetitivos e presos a fórmulas acabaram complicando as coisas – o Tygers chegou a fazer sucesso com uma releitura do hit Love potion nº9 (The Searchers) e quase foi obrigado pela gravadora a lançar mais covers.
Bloodlines exibe o Tygers mais como uma versão turbinada e mais formulaica do rock pauleira dos anos 1970 – músicas como Edge of the world, Kiss the sky e Fire on the horizon são Deep Purple acelerado – do que como um primo dos ganchos musicais de bandas como Iron Maiden. O “novo” Tygers se permite fazer hard rocks que, mexendo daqui e dali, lembram Bon Jovi (In my blood), fazer pauleiras típicas de rádio rock (Back for good, lembrando a fase desmascarada do Kiss), incluir elementos de funk metal (Light of hope).
É um disco mais para deixar os fãs contentes, do que propriamente um álbum para transformar o Tygers numa banda que invada outras áreas do universo pop-rock – e um álbum com músicas bem legais e algumas irregularidades, como a baladinha sonolenta Taste of love. De qualquer jeito, está aí um bom naco da história do metal, e da virada do rock dos anos 1970 para os 1980.
Gravadora: Mighty Music/Wikimetal (para o Brasil)
Nota: 6,5
Foto: Reprodução da capa do álbum.