Crítica
Ouvimos: The Linda Lindas, “No obligation”
- No obligaton é o segundo álbum do The Linda Lindas, banda punk formada por quatro adolescentes californianas: Bela Salazar (guitarra, voz), Eloise Wong (baixo, piano, voz), Lucia de la Garza (guitarra, voz) e Mila de la Garza (bateria, percussão, voz).
- A banda está dividindo palco com Green Day, The Smashing Pumpkins e Rancid numa turnê norte-americana de 27 datas. À DIY Magazine, o grupo disse que chegou a travar uma guerra de pegadinhas com o Green Day. “Antes do show de ontem, eles colaram as baquetas da Mila e sabotaram nosso bumbo!”, disse Eloise (a banda depois informou que estava vencendo a tal guerra).
- “Eu acho que o punk é o que você quiser que seja. É fazer o que você quer com seus amigos e não se importar com o que as outras pessoas podem pensar sobre isso. É sobre amplificar sua voz porque ninguém mais o fará e fazer o que você acha que importa. É o que você faz ser, é construir uma comunidade”, diz Eloise.
Se você gostou da estreia do The Linda Lindas, Growing up (2022), a ótima notícia é que a banda está de volta e traz em No obligation um som tão feroz e pesado quanto no primeiro disco – e bastante evoluído. Ainda que o quarteto, formado por garotas orgulhosíssimas em fazer punk rock, pareça ter em alguns momentos canalizado seu som para agradar aos fãs de Foo Fighters (músicas como Too many things e All in my head são bem isso). Se você quiser uma sonoridade que lembre bandas como Dead Kennedys, Ramones, Blondie, Yeah Yeah Yeahs e até Babes In Toyland, comece a escutar logo da primeira faixa (justamente No obligation) e pule para a marcial e newwavizada Lose yourself.
Já Once upon a time é punk 2024 com andamento lembrando alguma antiga canção do The Jam. Ponto para o baú de referências do The Linda Lindas, que apresentam power pop simplificado e bem composto em The cartographer, punk pop na estileira dos anos 1990 em Don’t think, rock raivoso em Resolution/Revolution e Excuse me, e punk adolescente sobre dores de crescimento e roda-viva da vida na ótima Nothing would change. No final, Stop fala de temas como assédio, abusos e autoafirmação, num design musical que faz lembrar os Ramones dos primeiros tempos, só que com Joey, Johnny, Dee Dee e Tommy a bordo de quatro skates.
No obligation tem uma sonoridade que interessa tanto a órfãos do punk das antigas quanto a turma que ouve Olivia Rodrigo. Ainda que nem tudo no novo álbum seja perfeito, as Linda Lindas voltam com o leque bem aberto.
Nota: 8,5
Gravadora: Epitaph
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