Crítica
Ouvimos: The 3 Clubmen, “The 3 Clubmen” (EP)
- The 3 Clubmen é um supergrupo indie formado por Andy Partridge (ex-XTC, aliás principal compositor do grupo britânico), a cantora Jen Olive e o produtor e músico Stu Rowe. O New York Times ouviu esse primeiro EP do grupo e classificou dessa forma: “Uma extravagância pop distorcida, que muda de medidor e é orgulhosamente excêntrica”.
- No comunicado de imprensa, Partridge revela que o trabalho do trio surgiu de uma verdadeira construção de canções, com ideias sendo acrescentadas a cada momento nas músicas, por todos os integrantes. “É meio que acumular cracas inventivas, ou fungos, organicamente. Muita coisa é jogada fora. Essa é a natureza da improvisação. É algo pesado na porcentagem de rejeição. Miles Davis e Can sabiam disso”, disse.
- O single Aviatrix já ganhou um clipe (veja mais abaixo).
O EPzinho do The 3 Clubmen é um presente para fãs do XTC, em especial. A banda britânica era um daqueles grupos que iniciavam uma canção de maneira simples, mas que em seguida surpreendiam todo mundo com algum tipo de mudança na melodia. Geralmente algo que acompanhava uma modificação na história contada pela letra, ou que era seguido por algum andamento pouco usual em se tratando de pop-rock. Na nova banda de Andy Partridge, responsável por boa parte do conceito criado para o XTC, o lado menos usual do grupo, mais voltado a um clima maníaco herdado tanto de Todd Rundgren, quanto do Pink Floyd, bate ponto.
Sendo que as companhias de Andy na banda não ficam atrás, com Jen Olive servindo de base para ritmos que parecem se desencontrar, como em Racecar, faixa do EP que mais lembra uma canção de Trout mask replica, disco de Captain Beefheart & His Magic Band. Stu Rowe é tido como um guitarrista e tecladista original, e produtor eclético.
Esse trio deu um ar de infância reencontrada a Green green grasshopper, que soa como uma faixa perdida do Dukes Of Stratosphear, o spin-off psicodélico do XTC, e um tom tranquilo a Look at those stars, em clima de art pop celestial, com batida latinesca, intervenções de piano e teclados. Abrindo o disco, Aviatrix soa como um conto meio pós-punk meio psicodélico das selvas, com flauta, vocais lembrando Beach Boys, percussões celestiais e outros detalhes. Uma boa surpresa.
Gravadora: Lighterthief
Nota: 8
Foto: Divulgação (cortesia de Stu Rowe)