Crítica

Ouvimos: Suki Waterhouse, “Memoir of a sparklemuffin”

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  • Memoir of a sparklemuffin é o segundo álbum de Suki Waterhouse, cantora, atriz e modelo conhecida por papéis em filmes como Simplesmente acontece (direção de Christian Ditter, 2014) e na série Daisy Jones & The Six (ela interpreta Karen Sirko, a tecladista do The Six).
  • O sparklemuffin do título é uma aranha “fofinha” que vive na Austrália e tem um pelo colorido. “Eu me deparei com a sparklemuffin — que é muito colorida, faz essa dança deslumbrante e será canibalizada por sua companheira se ela não aprovar a dança. É uma metáfora para a dança da vida em que todos nós estamos. O título pareceu hilário, ridículo e maravilhoso para mim”, contou à DIY Magazine.
  • A vida amorosa de Suki foi um assunto para a imprensa sensacionalista dos EUA e Inglaterra por algum tempo (ela namorou com o vocalista do The Last Shadow Puppets, Miles Kane, com o astro de Hollywood Bradley Cooper etc). Em entrevistas, Suki não deixa claro se o assunto vazou ou não para o disco, mas em julho disse à Vogue que “quando algo muito público acontece com você e a história por trás disso é sombria e difícil, e você não consegue se explicar para o mundo, é tudo muito isolador e desorientador”.

De cara, vai ter muita gente reclamando do segundo disco de Suki Waterhouse sem nem sequer ter ouvido – e convenhamos, para fazer um disco de 18 faixas e quase uma hora de duração, é preciso ter muito o que mostrar.

Bom, Memoir of a sparklemuffin é, de fato, um disco extenso, e às vezes, exagerado. E é um disco de memórias. Para começar, a própria Suki disse numa entrevista à revista DIY Magazine que suas inspirações vêm da moda indie boêmia dos anos 2000. A simpática balada irônica Faded fala sobre o finado crush por um integrante de uma banda (“eu estava no primário quando as pessoas achavam sua banda legal/é difícil me imaginar sendo tão fodidamente ingênua”), o que já vem instigando muita gente: de quem ela está falando?

Mais: a baladinha anos 50-indie Model, actress, whatever é (quase) auto explicativa. OMG, outro single do disco, soa meio associada a esse retorno do dançar-até-derreter que veio na onda de artistas como Charli XCX e The Dare – e ao dance-rock de Master Peace, Fcukers e outros. E lá pelas tantas, ganha linhas vocais que lembram discretamente Connected, sucesso de 1992 dos Stereo MCs. Sonoridades associáveis a bandas como The Drums e Raveonettes surgem em Supersad e Blackout drunk – essa última, uma canção sobre uma garota cercada de amigas falsas, que toma todas e estraga a noitada.

No geral, uma sonoridade tranquila de acompanhar e que deixa um ar de simpatia, pelos causos contados e pelo posicionamento de Suki e sua turma diante da cronologia do pop – especialmente quando se dá de cara com My fun, canção decalcada de Paul McCartney e acompanhada por palmas. Do meio para o final do álbum, destaque para o brit pop bacana de Big love e de Lawsuit, para as baladas “espaciais” Everybody breaks up anyway e Could’ve been a star e para o soft rock Think twice.

Nota: 8
Gravadora: Sub Pop.

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